Berta Loran: casada quatro vezes, atriz não teve filhos; entenda o motivo
Artista, que morreu aos 99 anos, abandonou sonho da maternidade após receber diagnóstico médico em decorrência de dois abortos
A atriz Berta Loran, que morreu na madrugada desta segunda-feira (29), aos 99 anos, teve a trajetória marcada por episódios de drama familiar, incluindo alguns casamentos que foram "péssimos negócios", como ela costumava citar em entrevistas. Conhecida por papéis de humor — entre os quais a portuguesa Manuela D'Além Mar, da " Escolinha do Professor Raimundo", e a empregada Frosina, da novela " Amor com amor se paga" (1984) —, a artista não teve filhos devido a um problema de saúde causado por dois abortos realizados no primeiro matrimônio.
Na década de 1940, aos 20 anos, Berta Loran se casou com um ator argentino de 51 anos, com quem morou por dois anos em Buenos Aires. Depois, os dois foram para Portugal, onde viveram durante sete anos. Apesar de ter feito relativo sucesso como atriz naquele país, Berta e o marido — que era viciado em apostas — passaram por dificuldades. Ela fez dois abortos justamente devido à delicada situação financeira que ambos precisavam lidar.
"Fiquei grávida do velhinho duas vezes. Mas como não tínhamos dinheiro para comer, a mulher colocava uma gilete dentro de mim e tirava os bebês", contou ela ao site "Ego", em entrevista publicada em 2016. Na mesma ocasião, ela enfatizou que o casamento foi muito ruim, e que ela não cultivava amor pelo companheiro.
"Casei com ele porque queria ir para Buenos Aires. Ele era baixinho, tudo era pequenininho, uma merda! Me castigou muito, pois era jogador, adorava os cavalinhos. Estudava os animais na cama, e eu pedia: 'Me estuda um pouco também...' Mas ele ficava estudando o avô do cavalo, a tia do cavalo...", comentou ela, na entrevista concedida em 2016.
Esses abortos encerraram de vez o sonho de Berta ser mãe. Em seu segundo casamento, aos 37 anos, com o comerciante paulistano Julio Marcos Jacoba, também de origem polonesa e que tinha a mesmíssima idade dela, Berta recebeu um triste diagnóstico médico: dali em diante, ela estaria impossibilitada de ter filhos e precisaria se submeter a uma histerectomia. "Tive que tirar o útero, pois ele estava estropiado", contou. A união durou até 1988.
Em 1990, já separada de Júlio Marcos Jacoba, casou-se com o cantor Paulo Carvalho. Os dois ficaram juntos até 2016. No ano seguinte, engatou um novo relacionamento com Claudionor Vergueiro.