Bad Bunny no Super Bowl: relembre outros artistas latinos que se apresentaram no show do intervalo
Rapper porto-riquenho já havia participado em 2020, convidado de Shakira, estrela da noite ao lado de Jennifer Lopez
Tida como uma apresentação histórica por conta da onda anti-imigração nos EUA, o anúncio do porto-riquenho Bad Bunny como atração principal do show do intervalo do Super Bowl em 2026, nesta segunda-feira (29), amplia o histórico de participações de artistas latinos e de origem hispânica no evento da NFL (National Football League), que vem sendo construída desde o início da década de 1990. A final do campeonato de futebol americano, marcada para o dia 8 de fevereiro, em Santa Clara, na Califórnia.
Em 1992, a cantora cubano-americana Gloria Estefan foi a primeira a protagonizar o intervalo. Em 1995, ela voltou ao palco com o grupo Miami Sound Machine, também de origem cubana, e contou com a participação do trompetista cubano Arturo Sandoval. Quatro anos depois, em 1999, Estefan retornou como atração principal.
No Super Bowl de 2000, o cantor espanhol Enrique Iglesias e a cantora norte-americana de ascendência equatoriana Christina Aguilera integraram a apresentação musical. Em 2011, o rapper Taboo, integrante do grupo The Black Eyed Peas e de origem mexicana, esteve entre os artistas do espetáculo. Bruno Mars, cantor norte-americano de ascendência porto-riquenha, foi atração principal em 2014 e voltou em 2016 como convidado da banda britânica Coldplay.
Em 2020, o show contou com duas atrações: Jennifer Lopez, cantora e atriz norte-americana de origem porto-riquenha, e Shakira, cantora colombiana. Nesse mesmo ano, o próprio Bad Bunny, e J Balvin, da Colômbia, participaram como convidados.
“O que estou sentindo vai além de mim”, disse Bad Bunny em comunicado após o anúncio. “É por aqueles que vieram antes de mim e correram incontáveis jardas para que eu pudesse entrar e marcar um touchdown. Isso é pelo meu povo, pela minha cultura e pela nossa história. Vá e diga a sua avó que seremos o SHOW DO INTERVALO DO SUPER BOWL.”
Único show nos EUA
A apresentação no Super Bowl será o único show de Bad Bunny nos Estados Unidos em 2025. Ele deixou o país de fora da turnê "Debí tirar más fotos", que começa no dia 21 de novembro, na República Dominicana, e termina em 22 de julho de 2026 na Bélgica. No Brasil, ele se apresenta nos dias 20 e 21 de fevereiro, em São Paulo.
A explicação para não levar o show aos Estados Unidos é a política de deportação em massa de imigrantes, instituída pelo governo Donald Trump. Em entrevista à revista "i-D", o artista porto-riquenho disse que houve uma preocupação "honesta" de que o ICE (sigla em inglês para Immigration and Customs Enforcement, o Serviço de Imigração e Alfândega) pudesse aproveitar alguma apresentação para prender e deportar latinos que estivessem nos arredores do evento. Vale lembrar que Porto Rico é um território não-incorporado dos Estados Unidos, ou seja, os cidadãos de lá podem entrar nos EUA e vice-versa.
"Houve muitos motivos pelos quais eu não apareci nos EUA, e nenhum deles foi por ódio", disse ele. "Todos foram magníficos. Gostei de me conectar com os latinos que vivem nos EUA. Mas, especificamente, para uma residência aqui em Porto Rico, quando somos um território não incorporado dos EUA… Pessoas dos EUA poderiam vir aqui ver o show. Latinos e porto-riquenhos dos Estados Unidos também poderiam viajar para cá ou para qualquer parte do mundo. Mas havia a questão de que — tipo, a porra do ICE poderia estar do lado de fora (do meu show). E isso era algo sobre o qual conversamos e estivemos muito preocupados."