Reggaeton, Grammy e ativismo: quem é Bad Bunny, que será estrela do show do Super Bowl LX
Artista de 31 anos leva a força da música latina e o peso do engajamento político ao palco mais assistido do planeta
A NFL anunciou oficialmente que Bad Bunny será o responsável pelo show do intervalo do Super Bowl LX, em fevereiro de 2026. Aos 31 anos, o porto-riquenho chega ao evento como um dos nomes mais influentes da música global, consolidando sua posição como referência da cultura pop e ícone da música latina.
“O que estou a sentir vai além de mim mesmo. Isto é por aqueles que vieram antes de mim e que correram imenso para que eu pudesse entrar e marcar um ‘touchdown’. Isto é pelo meu povo, pela minha cultura e pela nossa história”, afirmou o cantor em comunicado divulgado pela NFL.
O Super Bowl, final da liga de futebol americano, é considerado o maior evento esportivo e de entretenimento dos Estados Unidos, com audiência que ultrapassa 100 milhões de espectadores no mundo todo. A apresentação musical no intervalo tornou-se uma tradição à parte, reunindo grandes astros como Beyoncé, Madonna, The Weeknd, Rihanna e, mais recentemente, Kendrick Lamar. Em 2020, Bad Bunny já havia feito uma participação especial no show histórico de Shakira e Jennifer Lopez, que também contou com J Balvin.
Afinal, quem é Bad Bunny?
A carreira internacional do artista ganhou força em 2018, quando participou da faixa I Like It, ao lado de Cardi B e J Balvin. O sucesso levou o single ao topo das paradas nos Estados Unidos e abriu caminho para que o reggaeton e o trap latino alcançassem espaço inédito na indústria fonográfica. Desde então, Bad Bunny já conquistou três prêmios Grammy, consolidando sua posição entre os principais nomes da música mundial.
Em 2022, o porto-riquenho quebrou barreiras com o álbum Un Verano Sin Ti, o primeiro em espanhol indicado ao Grammy de Melhor Álbum do Ano. Mais recentemente, lançou Debí Tirar Más Fotos (2025), trabalho considerado um dos mais políticos de sua trajetória, divulgado com a instalação de centenas de cadeiras Monobloco em praças públicas de Porto Rico, como metáfora de memória e coletividade. O engajamento foi tão grande, que as cadeiras viralizaram nas redes sociais e também foram parar nas ruas de outros países, inclusive no Brasil.
O engajamento se refletiu também nos clipes. No Dia da Independência dos Estados Unidos neste ano, Bad Bunny lançou NUEVAYol, vídeo que exalta trabalhadores imigrantes e critica diretamente as políticas anti-imigração do ex-presidente Donald Trump. Inspirado na famosa foto de 1932, em que operários almoçam em uma viga de aço suspensa no alto de um arranha-céu em Nova York, o cantor recria a cena para destacar a luta de porto-riquenhos e imigrantes que ajudaram a erguer os EUA, relacionando-a ao movimento pela independência de sua terra natal.
Além da música, Bad Bunny também vem expandindo sua presença em outras áreas do entretenimento. Em 2025, atuou em Um Maluco no Golfe 2, filme estrelado por Adam Sandler, ao lado do astro do Kansas City Chiefs, Travis Kelce, em mais um movimento que reforça sua aproximação com a NFL. Agora, como protagonista do show do intervalo, o porto-riquenho assume a missão de liderar um dos espetáculos mais assistidos e simbólicos do planeta.