80 ANOS

"80 Girassóis": Alceu Valença anuncia turnê celebrativa de seus 80 anos de vida, em 2026

Cantor e compositor pernambucano percorrerá dez capitais brasileiras em turnê, que vai de março a junho do ano que vem

Alceu Valença completará 80 anos de idade em 1º de julho de 2026 - Rodrigo Mazuco/Divulgação

O tempo em si não tem fim/Não tem começo/Mesmo pensado ao avesso/ Não se pode mensurar”, embola, em versos, Alceu Valença, em sua canção “Embolada do Tempo”.

Parecendo um eterno menino – travesso, diga-se de passagem –, Alceu parece não ter visto (ou sentido) o tempo passar: em 1º de julho de 2026 (conhecido como “ano que vem”), o artista completa 80 anos de idade, com vigor físico e entusiasmo que não ficaram no passado.

Turnê dos 80
“Não sei se vou fazer 8 ou 80”, brinca o cantor e compositor pernambucano, mostrando que, realmente, a contagem do tempo, para ele, não é algo que lhe aflige. Muito pelo contrário, se celebra.

E o artista irá comemorar suas oito décadas de vida com a turnê “Alceu 80 Girassóis”, que pegará a estrada entre março e junho de 2026, passando por dez capitais brasileiras.

O anúncio foi feito nesta terça (7), em coletiva de imprensa para jornalistas e convidados, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo (SP), que contou com apresentação da atriz paraibana Isadora Cruz e um pocket show de Alceu.

“Alceu 80 Girassóis” está com passagens previstas pelas seguintes cidades: Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Salvador (BA), Curitiba (PR), Brasília (DF), Recife (PE), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Belo Horizonte (MG). No Recife, a apresentação está marcada para o dia 15 de maio de 2026.

A pré-venda dos ingressos começou ontem no site de Alceu Valença (alceuvalenca.com.br), e é exclusiva para clientes Banco do Brasil. Para o público em geral, os ingressos começam a ser vendidos a partir da próxima sexta (10).

Trajetória
Alceu lançou-se ao Brasil como artista em 1972, no VII Festival Internacional da Canção - FIC, quando defendeu, no Maracanãzinho, junto a Geraldo Azevedo e Jackson do Pandeiro, a sua música “Papagaio do Futuro”. Não por acaso, no primeiro verso, o artista canta: “Estou montado no futuro indicativo”. Sempre ele, o tempo.

Filho ilustre de São Bento do Una, no Agreste pernambucano, Alceu Paiva Valença cresceu e foi assimilando, do seu entorno, toda a matéria-prima que veio a desaguar, poética e musicalmente, como sua obra artística, que está em canções, poemas, crônicas e também no cinema, como é o caso do filme “Luneta do Tempo” (2014), cujo roteiro e direção são assinados por ele.

Na música de Alceu, encontra-se a síntese dos aboios e toadas dos cantadores agrestinos, do coco e do baião, do frevo que incendeia as ruas do Recife e as ladeiras de Olinda no Carnaval, também, o acento ibérico e mouro que atravessa o Nordeste, e até mesmo o rock e psicodelia que praticamente toda a sua turma vivenciava, nos anos 1970, e que permeia seus primeiros álbuns.

Repertório
Dos anos 1970 para cá, Alceu foi consolidando uma identidade musical muito própria, criando – sozinho ou em parceria – canções que não envelheceram com o tempo.

Canções que, na verdade, foram ganhando mais adeptos e fãs ao longo dos anos. Dos oito (ou menos) aos 80 (ou mais), Alceu é um desses artífices da MPB cuja obra se mantém viva, acesa, e é reverenciada por gerações.

No setlist clássico de Alceu, que se estenderá para a turnê “Alceu 80 Girassóis”, estarão as suas principais canções: “Anunciação”, “Tropicana”, “Belle de Jour”, “Como Dois Animais”, “Coração Bobo”, entre outras, que serão alinhavadas no show, segundo o próprio, como que em um roteiro cinematográfico.