EXPORTAÇÃO

Mesmo com tarifaço dos EUA, exportação de carne bovina brasileira cresce em setembro e no ano

Vendas caíram para os americanos, mas se expnadiram para a China e União Europeia

Exportação de carne bovina brasileira - Abiec/Divulgação

Mesmo com o tarifaço do presidente americano Donald Trump, as exportações brasileiras de carne bovina cresceram 31,1% em setembro na comparação anual. As vendas para os EUA caíram nos últimos dois meses, mas o resultado das vendas externas representa o melhor desempenho da série histórica, iniciada em 1997, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

As exportações alcançaram 352 mil toneladas em setembro deste ano, frente às 268 mil toneladas vendidas no mesmo mês do ano passado. Até mesmo em relação a agosto deste ano as exportações cresceram 17,6% — em agosto foram exportadas 299 mil toneladas. Em receita, a carne bovina vendida ao exterior rendeu US$ 1,9 bilhão, em setembro, alta de 18,4% na comparação anual.

O bom desempenho da carne bovina brasileira no exterior chama a atenção já que as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos em agosto elevaram o custo do produto naquele mercado.

No mês passado, a China foi o principal destino, com 190,5 mil toneladas (e uma receita de US$ 1,06 bilhão), o equivalente a mais da metade do total exportado. Em seguida, ficou a União Europeia (15,4 mil toneladas e receita de US$ 132,7 milhões), México (13,2 mil toneladas e US$ 73,4 milhões). Os Estados Unidos foram o quarto maior comprador da carne brasileira adquirindo 9,9 mil toneladas a US$ 72,3 milhões.

“O Brasil segue ampliando sua presença internacional de forma consistente, resultado da diversificação dos embarques e do trabalho com o governo na busca por novas habilitações e oportunidades comerciais”, afirmou em nota Roberto Perosa, presidente da Abiec.

Estados Unidos é segundo maior comprador
No período de janeiro a setembro de 2025, o Brasil exportou 2,44 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram vendidas 2,10 milhões de toneladas. A receita totalizou US$ 12,4 bilhões, neste ano, alta de 35,4% em relação a 2024, consolidando o país como líder mundial nas exportações de carne bovina.

Em todo o ano de 2024, o Brasil havia exportado 2,89 milhões de toneladas, com US$ 12,8 bilhões em faturamento. O resultado parcial de 2025 já se aproxima desse patamar e mantém projeções otimistas para o fechamento do ano, diz a Abiec.

A China segue como o principal destino também no acumulado do ano, com 1,15 milhão de toneladas embarcadas, seguida pelos Estados Unidos (218,9 mil toneladas), México (94,1 mil toneladas), Chile (91,7 mil toneladas) e Rússia (85 mil toneladas).

Mesmo com retração nos embarques aos Estados Unidos nos dois meses em razão do tarifaço, o país segue como um mercado fundamental para a carne bovina brasileira, devido à sua competitividade. No acumulado do ano, as vendas aos EUA aumentaram 64,6% em volume e 53,8% em valores em relação a 2024.

Perosa destacou que, mesmo com o crescimento das exportações, o Brasil continua sendo o principal destino da carne que produz, com cerca de 70% do volume voltado ao consumo interno. A Abiec representa 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil.