MINISTRO DA FAZENDA

Haddad cobra Congresso a "cumprir acordo" e aprovar MP alternativa ao IOF após pressão do Centrão

Governo tem até o fim do dia para garantir apoio à MP e evitar derrota no Congresso Nacional

Fernando Haddad, ministro da Economia - Lula Marques/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que espera que o Congresso "cumpra o acordo" e aprove a Medida Provisória alternativa ao IOF.

— Nós só estamos querendo que o acordo seja cumprido. Nós estamos fazendo todo empenho para que os parlamentares ofereçam as condições. Penso que aqueles que querem desorganizar o orçamento, com finalidade eleitoral, vão se equivocar novamente

Entre as principais concessões para facilitar a aprovação, o Executivo manteve a isenção sobre Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), recuando da ideia inicial de tributá-las.

Também desistiu de aumentar o imposto sobre casas de apostas eletrônicas, mas incluiu uma compensação: empresas que operavam antes da regulamentação deverão pagar 30% da receita obtida no período.

Pressão política e risco de derrota
Apesar do acordo, o Palácio do Planalto admite um cenário difícil no Congresso. Hoje, o presidente Lula convocou uma reunião de emergência com os ministros Fernando Haddad, Rui Costa e Gleisi Hoffmann, além dos líderes Jaques Wagner, José Guimarães e Randolfe Rodrigues, para traçar uma estratégia de última hora.

Aliados do governo afirmam que há interferência eleitoral na votação e acusam o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de atuar para barrar a medida — o que ele nega.

A MP foi aprovada por 13 votos a 12 na comissão especial e agora depende de maioria no plenário. A ministra Gleisi Hoffmann afirmou que a medida “cobra imposto dos super-ricos e garante recursos para programas sociais”, e chamou de “interesse eleitoral” a resistência ao texto.

Corrida por votos
O governo tenta reverter resistências entre partidos do centro e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que tiveram pleitos atendidos, mas ainda resistem em apoiar a MP. Gleisi procurou o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, para tentar garantir o apoio da sigla de Tarcísio, mas o partido ainda não definiu posição. A equipe econômica considera a medida crucial para fechar as contas em 2026.