Coluna Movimento Econômico

Mineração avança, mas regulação entra em colapso

O Nordeste movimentou cerca de R$ 14,68 bilhões em operações neste ano, mas ANM suspende atividades

Mineração de ouro em Jacobina - Foto: Yamana Gold/Divulgação

O setor de mineração vive um paradoxo no Brasil: cresce em ritmo acelerado, mas enfrenta um colapso regulatório sem precedentes. No Nordeste, a atividade mineral movimentou R$ 14,68 bilhões em 2025, com destaque para a Bahia, que lidera em produção e arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) que corresponde aos royalties do setor. Só Jacobina e Jaguarari, juntos, somaram mais de R$ 55 milhões em CFEM, reforçando o peso econômico do setor para os cofres municipais e estaduais. Mas, enquanto isso, a Agência Nacional de Mineração (ANM) anuncia a suspensão das atividades de fiscalização, licenciamento e combate ao garimpo ilegal por falta de orçamento.

Mais de 200 barragens de mineração devem ficar sem inspeção até o fim do ano. A tramitação de novos pedidos de lavra e pesquisa está suspensa. Projetos prioritários podem ser paralisados. Especialistas alertam que a instabilidade na regulação afasta investidores e aumenta a insegurança jurídica. Criada em 2017 para modernizar o setor, a ANM tem, neste momento, R$ 5,9 milhões bloqueados e acumula déficit de R$ 3,2 milhões, o que inviabilizou sua operação, segundo o diretor presidente Mário Henrique Moreira Sousa.

Na carta que enviou ao presidente Lula na última terça-feira, Sousa avisou que a ANM está tomando as ações para suspender a entrada de novos processos minerários, visto a incapacidade da Agencia em continuar dando suporte ao setor regulado. 

A decisão ocorre num momento crítico. A mineração tornou-se estratégica para a transição energética e para a indústria de alta tecnologia, em razão da demanda por minerais como níquel, cobre, lítio e terras raras. O avanço da atividade no Semiárido vem impulsionando economias locais, com efeitos positivos sobre o comércio, serviços e geração de empregos. Mas sem fiscalização ativa, o risco de degradação ambiental, acidentes e expansão de práticas ilegais se amplia, comprometendo os próprios benefícios da mineração.

Expansão do Recife Outlet

O Recife Outlet anuncia a expansão da loja Boss, que passará de 268 m² para 600 m², consolidando a presença da marca alemã no mercado nordestino. Com o novo formato, o espaço oferecerá também a linha feminina e uma unidade da Hugo, de estilo urbano e contemporâneo, segundo informa o superintendente Marco Sodré.

Dislub

Após a conquista do prêmio de “Melhor Loja de Conveniência da América Latina” com a Convém de Manaus, a pernambucana Dislub Equador representa o Brasil no NACS Show 2025, em Chicago, maior evento global do setor.
Allianz cresce em PE

Seguros

Impulsionada pelo setor imobiliário, a Allianz Seguros registrou alta de 40% na carteira de Condomínio em Pernambuco no 1º semestre, com R$ 3,6 milhões em receitas. O seguro Auto cresceu 24%, somando R$ 142 milhões, acompanhando o aumento da frota no estado. Já o segmento de Transportes avançou 12%, reflexo da estrutura logística para distribuição de mercadorias.

Saneamento com apoio francês

A Compesa está prestes a fechar contrato de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para execução do Programa +Água Pernambuco. O financiamento será feito diretamente com a estatal pernambucana, sem aval da União. Os recursos serão aplicados na modernização do sistema hídrico, incluindo novas adutoras, estações de tratamento e ações de eficiência energética até 2030.

Seminário de contabilidade

As repercussões com a nova Reforma Tributária e o impacto que a Inteligência Artificial está causando nos trabalhos intelectuais são alguns dos temas abordados na próxima terça-feira (21), no Seminário de Contabilidade em Pernambuco. O evento acontece a partir das 13h, no auditório do Mar Hotel e é promovido pelo Conselho Regional de Contabilidade de Pernambuco – CRCPE. 
 

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