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Setor produtivo de Pernambuco lamenta saída de Paulo Câmara do Banco do Nordeste

Líderes empresariais ressaltam avanços na ampliação do crédito, apoio às pequenas empresas e fortalecimento da agricultura familiar durante sua gestão

Paulo Câmara, presidente do Banco do Nordeste - Fernando Cavalcante/Banco do Nordeste

A saída de Paulo Câmara da presidência do Banco do Nordeste (BNB), comunicada na terça-feira (21) em reunião do Conselho de Administração da instituição, gerou manifestações de reconhecimento e expectativa de retorno por parte de representantes do setor produtivo pernambucano. O ex-governador deixa o comando do banco após pouco mais de um ano e meio à frente da instituição, período em que consolidou crescimento recorde em operações de crédito e ampliou o alcance do BNB na região.

Durante a transição, o cargo será ocupado interinamente pelo diretor Financeiro e de Crédito, Wanger Antônio de Alencar Rocha. A escolha de um substituto temporário reforça a possibilidade de retorno de Câmara ao comando da instituição em janeiro, após o cumprimento de exigências legais.

Reconhecimento
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Bruno Veloso, destacou o impacto da gestão de Paulo Câmara na economia regional.

"Os resultados alcançados pelo Banco do Nordeste durante a gestão de Paulo Câmara demonstram uma atenção especial às necessidades da região e, especialmente, ao fortalecimento das micro e pequenas indústrias. Nesse período, o volume de recursos administrados pelo BNB passou de R$ 40 bilhões para cerca de R$ 70 bilhões, reforçando o papel do banco como instrumento de desenvolvimento econômico e inclusão produtiva no Nordeste", afirmou.

Na avaliação da presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Vânia Marques Pinto, o legado de Paulo Câmara também se estende ao campo.

"Paulo trouxe, em sua gestão, a prioridade da Agricultura Familiar. Se hoje temos avanços nos quase 2,4 milhões de estabelecimentos, também encontramos as digitais de Paulo Câmara. Esperamos que essa saída seja apenas uma pausa e que, muito em breve, ele retorne", afirmou.

Expansão
Para o presidente do Conselho do Atitude Pernambuco, Halim Nagem, a atuação do ex-governador marcou uma nova fase para o BNB, com mais proximidade junto a empresas de diferentes portes e regiões. 

"Paulo conseguiu, com sua visão de governante, fazer com que o banco passasse a ser visto por toda essa gama de estados, municípios e empresas de todos os tamanhos. Essa foi uma grande contribuição que ele deu ao empresariado de forma geral não só aos grandes, mas também aos pequenos e médios. O BNB abriu as portas para todo mundo. Além disso, ele trouxe programas sociais e de desenvolvimento de infraestrutura para dentro dos estados, não só para Pernambuco, mas para toda a região Nordeste. Isso foi um grande feito", afirmou.

Gestão técnica
O presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE, Bernardo Peixoto, ressaltou o perfil técnico da gestão.

"Paulo Câmara, além de ter sido governador de Pernambuco, é um excelente técnico. Ele administrou o banco com esse perfil técnico, e isso é muito importante para uma instituição como o Banco do Nordeste. Tanto que o resultado foi fantástico. Para Pernambuco, a saída dele representa uma perda muito grande", disse.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife), Fred Leal, avaliou que a saída é temporária e não deve interromper o ritmo de crescimento do banco.

"A saída é muito mais uma questão legal, porque o Paulo Câmara realmente assumiu o BNB e deu uma grande alavancada. Os números estão aí para mostrar isso. Acho que ele tem feito uma gestão muito boa. Espero realmente que ele retorne e continue essa gestão tão profícua e extraordinária que vem realizando. Lamento apenas que ele tenha precisado se afastar, mas entendo que será algo muito rápido", declarou.

Sucessão
Diante da movimentação política em torno da presidência do banco,  com a possibilidade de uma articulação de lideranças cearenses para que alguém do Ceará assuma o comando do BNB, os pernambucanos pedem que critérios técnicos prevaleçam.

"Fortaleza já levou muita coisa, inclusive a Transnordestina, então acho que agora é o momento de valorizar a eficiência e os resultados que Paulo tem trazido não só para Pernambuco, mas para todo o Nordeste. Espero que o critério de competência seja levado em consideração nessa transição", afirmou Fred Leal.

Bernardo Peixoto também comentou o cenário político.

"É um cargo político, e naturalmente há muito interesse em torno dele especialmente por parte dos cearenses, já que a sede do banco fica no Ceará. Eles certamente vão fazer todo o esforço para indicar um cearense para o cargo. Mas eu espero que seja novamente um pernambucano", disse.