América Latina

Polícia colombiana captura 'elo principal' de autores intelectuais de assassinato de pré-candidato

Miguel Uribe era um legislador opositor de 39 anos

Uribe morreu em 11 de agosto após sofrer uma hemorragia cerebral - RAUL ARBOLEDA / AFP

A polícia da Colômbia prendeu nesta segunda-feira (27) o "elo principal" dos autores intelectuais do brutal assassinato do pré-candidato presidencial Miguel Uribe, até agora, o detido mais importante na investigação do atentado, informaram as autoridades.

Simeón Pérez Marroquín, capturado no departamento de Meta (centro do país), é acusado de ser o intermediário entre o círculo próximo do atirador e o grupo armado por trás do ataque a tiros contra Uribe durante um comício em Bogotá, em 7 de junho.

Ele "será acusado dos crimes de homicídio qualificado, associação criminosa, uso de menores de idade na prática de delitos e porte ilegal de armas", informou o Ministério Público da Colômbia em comunicado publicado na rede social X.

Este é o sétimo detido pelo assassinato, incluindo o menor de idade que efetuou os disparos contra o senador de direita, um atentado que abala a corrida para as eleições presidenciais de 2026.

Nos arquivos da televisão pública colombiana, o nome de Pérez aparece entre os detidos pelo assassinato dos pistoleiros que mataram o candidato presidencial Luis Carlos Galán, também morto a tiros durante um comício em 1989.

Galán era um popular candidato de esquerda favorável à extradição de narcotraficantes como o falecido barão da cocaína Pablo Escobar, nos anos mais violentos do conflito armado colombiano.

Imagens divulgadas pela imprensa local mostram Pérez, recém-capturado, escoltado por um forte esquema militar enquanto é levado a um helicóptero.

O atirador foi condenado a sete anos de prisão, e o motorista que o transportou, a 21.

As autoridades buscam agora os autores intelectuais do crime, com quem Pérez mantinha contato direto, segundo o órgão acusador.

Uribe era um legislador opositor de 39 anos e passou dois meses em uma unidade de terapia intensiva em um hospital de Bogotá, onde morreu em 11 de agosto após sofrer uma hemorragia cerebral.

Sua morte trouxe de volta à tona o fantasma da violência política das décadas de 1980 e 1990 na Colômbia e acendeu o alerta quanto à segurança dos candidatos às eleições legislativas e presidenciais de 2026.