Para viver Bruce Springsteen no cinema, Jeremy Allen White aprendeu a cantar e a tocar violão
Filme "Springsteen: Salve-Me do Desconhecido" estreia nesta quinta-feira (30)
“Springsteen: Salve-Me do Desconhecido” chega nesta quinta-feira (30) aos cinemas brasileiros. Com Jeremy Allen White - astro da série “O Urso” - na pele de Bruce Springsteen, a cinebiografia desvenda o processo de criação do icônico álbum “Nebraska”, de 1982, considerado um marco na carreira do músico norte-americano.
O filme tem roteiro e direção de Scott Cooper, que adaptou o livro “Deliver Me from Nowhere”, de Warren Zane. Jeremy recebeu o convite para , meses após uma reunião com o diretor, quando ainda nem sabia da existência do projeto.
“Um dos meus agentes enviou um violão para Chicago, onde eu estava filmando ‘O Urso’, e disse: ‘você deveria experimentar isso’ e dê uma ouvida no álbum ‘Nebraska’. Eu já o tinha ouvido antes, mas fazia muito tempo. Logo depois, eu soube o que estava por vir”, conta o ator. Além dele, também estão no elenco nomes como Jeremy Strong, Stephen Graham e Odessa Young.
As performances musicais que aparecem no filme foram gravadas pelo próprio Jeremy, sem dublagem. Um desafio e tanto para um ator que, nas suas próprias palavras, antes “nunca havia cantado fora do chuveiro ou sozinho no carro” e sequer sabia tocar violão. Mesmo recebendo um intenso treinamento musical, ele levou algum tempo para se sentir seguro cantando e tocando em cena.
“Lembro-me de me sentir tão inseguro com a ideia de cantar bem que me esqueci de algumas coisas que deveriam vir naturalmente à mente de um ator. Descobri que, quando comecei a tentar fazer as minhas músicas, a ideia de soar como Bruce se tornou menos importante e, na verdade, fez com que a música soasse muito melhor e mais honesta”, comenta.
O próprio Bruce Springsteen, que acompanhou de perto a produção do longa, validou a performance de Jeremy. “Fiquei impressionado com a disponibilidade, receptividade e honestidade dele desde o início. Lembro-me da primeira vez que ele ouviu ‘Mansion’ e ‘Nebraska’ depois que gravei as músicas em Nashville, e ele disse: ‘Você soa como eu, mas está dando seu toque pessoal à música’”, relembra.
“Depois que começamos a filmar, Bruce e eu desenvolvemos um entendimento tácito: ele intervinha e me dizia se eu estava indo pelo caminho errado, mas, fora isso, se mantinha afastado, porém me apoiava ao mesmo tempo, o que acho que era exatamente o que eu precisava naquele momento. Acabou sendo o equilíbrio perfeito’”, complementa.
Para além da preparação musical, o ator realizou uma profunda pesquisa sobre o personagem, assistindo a vídeos de entrevistas, lendo livros sobre ele e conversando com pessoas que acompanharam de perto a ascensão do músico. Enquanto detalha a concepção do álbum, o filme mergulha nos aspectos psicológicos do artista, revelando traumas de infância, medos em relação ao sucesso e sua luta contra a depressão.
“Estamos falando de alguém que é admirado há tanto tempo, cuja música é tão conhecida, mas cuja história talvez não seja. Acho corajoso o que Bruce fez ao nos permitir fazer este filme e mostrá-lo em seu momento mais vulnerável. Ele cresceu em uma época em que não só não havia muito vocabulário ou linguagem sobre saúde mental, como era quase um mistério. Ninguém realmente falava sobre isso, e ele viu seu pai lutar contra problemas de saúde mental durante toda a vida. Então, espero que as pessoas saiam do filme com esperança”, afirma o ator.