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ONU diz que entrada de ajuda humanitária em Gaza aumentou desde cessar-fogo

Embora a quantidade de ajuda humanitária seja significativamente maior, trabalhadores humanitários ainda enfrentam déficits de financiamento

Crianças caminham em um acampamento abrigando palestinos deslocados, montado em um aterro sanitário na área de Yarmuk, na Cidade de Gaza - Omar Al-Qattaa / AFP

Mais de 24 mil toneladas de ajuda humanitária entraram em Gaza desde o início do cessar-fogo no início de outubro, declarou um funcionário das Nações Unidas, que pediu mais acesso das ONGs para que possam distribuí-la.

Embora a quantidade de ajuda humanitária seja significativamente maior se comparada ao período anterior ao cessar-fogo, trabalhadores humanitários ainda enfrentam déficits de financiamento, bem como problemas de coordenação com as autoridades israelenses, afirmou a ONU.

"Desde o cessar-fogo, levamos mais de 24 mil toneladas de ajuda através de todos os pontos de passagem e retomamos a distribuição de ajuda tanto a nível comunitário como a nível doméstico", declarou o coordenador especial adjunto da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, Ramiz Alakbarov.

O diretor-geral para o Oriente Médio do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Samer AbdelJaber, afirmou que em 20 dias após o acordo do Hamas com Israel, "cerca de 20 mil toneladas de comida" foram reunidas em Gaza.

Neste território palestino, sitiado por Israel e assolado por um desastre humanitário, o medo da retomada da guerra assombra os moradores que lutam constantemente para obter acesso à água e alimentos.

Os saques na faixa costeira diminuíram consideravelmente, acrescentou Alakbarov, o que facilitou a distribuição de ajuda.

"A implementação do plano de paz americano de 20 pontos continua sendo o eixo central e é a condição principal para que possamos entregar assistência humanitária de forma integral", afirmou.

Pediu, ainda, que Israel permita a participação de ONGs na entrega de ajuda em Gaza.

"O problema persistente do registro de ONGs continua sendo um gargalo. Continuamos destacando o papel essencial que as ONGs, especialmente as nacionais, desempenham nas operações humanitárias em Gaza, e agora intensificamos isso", observou.

Israel retirou suas forças das principais cidades de Gaza, mas ainda controla cerca de metade do território a partir de posições na chamada Linha Amarela, e resiste aos apelos para permitir a entrada de ajuda através da passagem fronteiriça de Rafah com o Egito.