Comissão de Direitos Humanos fiscaliza atuação do IML e atendimento a famílias dos mortos no Rio
Deputados federais pedem lista de mortos, possibilidade de reconhecimento dos corpos por parte das famílias e perícia independente
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados visitou, nesta quinta-feira (30), o posto de atendimento do Detran e o Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IML) no Rio.
Os parlamentares Chico Alencar, Glauber Braga, Tarcísio Motta (PSOL-RJ), acompanharam as famílias e apontaram a desinformação e a morosidade dos agentes públicos no local.
— A Comissão de Direitos Humanos veio ver aqui como é que está a situação do atendimento, as famílias das vítimas, daqueles que morreram nessa operação, entender como é que está a atuação do IML e ver como podemos ajudar. Os relatos que estão chegando até nos são de uma falta de atendimento e de uma impossibilidade de atender todos que estão aqui — disse Tarcísio Motta.
Segundo os deputados, o Estado deveria ter uma estrutura melhor para atender as famílias.
— Estamos cobrando a lista completa dos mortos. Até nas guerras, os direitos de sepultar os seus mortos é assegurado — disse Chico Alencar.
— Não pensaram no pós, tanto que a cidade virou um caos. Já que eles [Estado] tinham a intenção de matar, que preparassem uma estrutura para acolher as pessoas. Os familiares estão vivendo uma segunda perda.
Eles batem na tecla da necessidade de uma perícia externa.
— É preciso ampliar o acompanhamento externo na perícia. A falta de informação é programada. Eles já sabiam e propuseram uma chacina, sabendo que não tinha perícia e profissionais para dar conta do número de mortos. Então, só com as perícias externas as informações vão começar a circular melhor — acusa o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
— Viemos pessoalmente entender o motivo das perícias externas não acompanharem e trabalharem nesse processo. Vamos conversar agora com o diretor do IML, e esperamos conseguir mudar essa situação ainda hoje.
De acordo com o deputado federal Chico Alencar, na reunião com o diretor do IML, André Medeiros, 121 corpos deram entrada no Instituto médico legal. Todos já passaram por necropsia, 15 liberados ontem, 24 hoje e 21 prontos para serem liberados.