Governo chinês retomará diálogo com automotivo brasileiro para fornecer chips para veículos flex
Embaixador chinês comunicou vice-presidente Geraldo Alckmin sobre negociações na manhã deste sábado
O governo da China informou que abrirá canais de diálogo com o setor automotivo brasileiro para evitar o desabastecimento de chips utilizados na produção de veículos flex no país. O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, comunicou ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, sobre a decisão, na manhã deste sábado.
A preocupação com a escassez de semicondutores acontece por disputas internacionais entre China e Estados Unidos em torno da fabricação desses componentes, essenciais para a indústria automotiva.
Na última terça, Alckmin se reuniu com representantes da indústria e entidades de trabalhadores do setor, que solicitaram apoio do governo brasileiro em articulação com o governo chinês para garantir o fornecimento regular de chips ao mercado nacional. Durante o diálogo com a Embaixada da China, o vice-presidente pediu prioridade no atendimento às empresas brasileiras.
— A cadeia automotiva emprega 1,3 milhão de pessoas e tem impacto direto em outros setores, como o siderúrgico, químico, plástico e de borracha. Ainda precisamos observar como isso se concretizará na prática, mas demos hoje um passo importante para que a indústria automotiva brasileira continue crescendo e gerando empregos de qualidade — comentou Alckmin.
A preocupação com o fornecimento de chips ganhou força após a intervenção do governo holandês em uma empresa chinesa que atua na Holanda e detém cerca de 40% do mercado mundial desses componentes usados em veículos flex. Em resposta, Pequim suspendeu as exportações de semicondutores produzidos em fábricas localizadas na China.
Na última quinta, China e Estados Unidos anunciaram um acordo comercial, abrindo perspectivas para uma eventual normalização da produção e do comércio global de semicondutores.