Ao homem que subiu a montanha: homenagem ao desembargador Alberto Virgínio Nogueira
Vice-presidente eleito do Tribunal de Justiça de Pernambuco
Há vidas que são como veredas do sertão — duras, pedregosas, mas cheias de luz ao entardecer.
A trajetória do Desembargador Alberto Virgínio Nogueira é uma dessas histórias que tocam o coração e fazem o tempo parar diante do mérito, da fé e da perseverança.
Filho de um homem simples e digno — classificador de algodão, vereador de Afogados da Ingazeira. Posteriormente taxista em Campina Grande — nasceu no chão áspero da luta e cresceu sob o sol forte do trabalho no Pajeú.
Seu berço foi a honestidade, seu caminho foi o esforço, e sua herança foi a coragem.
Entre o pó das estradas e o calor das esperanças, moldou-se um homem de bem.
Aprendeu cedo que a vida não se vence com sorte, mas com suor, lágrimas e sangue.
E foi assim, passo a passo, degrau por degrau, que subiu a montanha da vida — sem jamais perder a humildade, sem jamais trair a consciência.
Conheci-o quando fui prefeito de Tabira (PE )! e ele, juiz da comarca.
Entre nós, reinou sempre o respeito.
Ele jamais me pediu qualquer favor, e eu jamais lhe pedi qualquer gesto que pudesse comprometer sua toga ou minha consciência.
Foi um relacionamento marcado pela ética, pela lealdade e pela admiração mútua.
E talvez por isso, guardo dele a imagem mais pura de um homem público que soube honrar o cargo sem jamais se afastar da simplicidade que o fez grande.
Hoje, ao ser eleito vice-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, o desembargador Alberto Nogueira chega quase ao topo da montanha, não pela força dos ventos, mas homens assim são raros.
São como rochedos no meio da tempestade — firmes, silenciosos, indestrutíveis.
E é por isso que, diante de sua história, tiro o chapéu com emoção e respeito.
Porque um homem que veio do nada e chegou tão alto, com honestidade e fé, merece não apenas o aplauso — merece o reconhecimento de toda uma geração.
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