CINEMA

"Predador: Terras Selvagens" é o grande lançamento da franquia, mas é bom? leia a crítica

Novo longa-metragem de Dan Trachtenberg, com Elle Fanning, elabora cinema de ação na medida certa

Elle Fanning e Dimitrius Schuster-Koloamatangi em "Predador: Terras Selvagens" - 20th Century Studios/Divulgação

Estrelado por Elle Fanning e Dimitrius Schuster-Koloamatangi, "Predador: Terras Selvagens" deveria ser o último filme de Dan Trachtenberg nesse universo. O diretor norte-americano, que assumiu a franquia em 2022, estreia nos cinemas, nesta quinta-feira (6), o maior filme da carreira - até aqui. 

Renovação
Após o sucesso de "O Predador: A Caçada" (2022), um filme original para o streaming, Dan está sendo fundamental para a retomada criativa da saga. A boa estreia fora das grandes telonas em um longa-metragem de ''apenas'' US$ 65 milhões passou confiança aos chefões da Disney - a empresa detém os direitos da franquia produzida pela 20th Century Studios. 

Entre "A Caçada" e "Terras Selvagens", Dan lançou ao lado de Micho Rutare, a animação "Predador: Assassino de Assassinos" (2025), uma produção bastante inventiva. Os trabalhos anteriores somam ao novo longa-metragem, em que o cineasta tem a oportunidade de expandir as ideias para a grande telona, com extensos cenários, protuberantes ameaças e efeitos especiais construídos por meio do bom uso do CGI.

Na trama, acompanhamos a primeira caçada de Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi), após o extraterrestre cair no planeta remoto de Genna, com o objetivo de cumprir o código de honra do clã. Na jornada ele se depara com Thia, uma andróide de pesquisa interpretada por Elle Fanning (''Valor Sentimental''), e de Bud (chamada de Amiga em português), uma criatura selvagem nativa. 

Dan Trachtenberg emplaca um ritmo de ação frenético ao longo do filme. O maior mérito dele é de não insistir no erro, como piadas e a falta de locomoção inicial da personagem de Elle, além de ser criativo para encontrar as soluções necessárias para o filme seguir o curso.  
 
O cineasta faz jus ao ditado "um dia é da caça, outro do caçador", quando o protagonista começa a ser perseguido pela androide Tessa (também interpretada por Elle Fanning), mantendo a tensão do roteiro assinado por Patrick Aison. "Predador: Terras Selvagens" utiliza bem a locação da cidade de Rotorua, na Ilha Norte da Nova Zelândia, além de elaborar com acerto o suspense e a ação do filme.

Recorde
Com um orçamento estimado em US$ 100 milhões, "Terras Selvagens" pode alcançar o feito histórico de ser o maior sucesso de bilheteria de toda a franquia. Segundo as projeções do Cinelytic, o filme deve arrecadar ao todo US$ 253,9 milhões, superando os US$ 172,5 milhões arrecadados pelo clássico "Alien vs. Predador’’ (2004).

Futuro
Quando inicio o texto sugerindo o fim da parceria de sucesso entre Dan Trachtenberg e a franquia é pelo medo do que pode vir no futuro. O final de "Terras Selvagens" é um cliffhanger clássico - e desesperado - da empresa que procura lucrar demasiadamente com o próprio produto, gerando uma expectativa para o próximo acontecimento desse universo. 

A Disney tem usado essa estratégia nas animações, sustentando continuações como ‘’Divertida Mente 2’’ (2024), ‘’Moana 2’’ (2024), "Zootopia 2" (2025) e ‘’Toy Story 5’’ (2026). Essa tendência indica a homogeneização das franquias e a carência das histórias autorais, que levou o cineasta Dan ao sucesso criativo em ‘’Predador’’.  

Dan Trachtenberg havia demonstrado em "Rua Cloverfield, 10" (2016) a capacidade de reinventar uma saga. Se existia dúvidas, em "Predador", o diretor realiza três trabalhos sólidos, sendo "Predador: Terras Selvagens" o mais grandioso de todos, expandindo a mitologia da franquia e chamando o público de volta ao universo.

Confira o trailer: