Luciano Juba treina com a seleção brasileira pela primeira vez: "Sensação maravilhosa"
Natural de Serra Talhada, o jogador foi uma das novidades na convocação do técnico Carlo Ancelotti para os últimos amistosos do ano
Presente na última convocação do técnico Carlo Ancelotti para os amistosos contra Senegal e Tunísia, o lateral Luciano Juba é mais um pernambucano que passa a vestir as cores da seleção brasileira.
É a primeira vez que o jogador, que é natural de Serra Talhada, no Sertão do estado, terá a oportunidade de jogar pela Canarinho. A conquista foi bastante comemorada por Juba, que começou a treinar com parte do grupo nessa segunda-feira (10).
“É um dia muito especial para mim, né? Minha primeira convocação. O meu primeiro dia de treino hoje. Então é dia que vai ficar muito marcado aí na minha vida, né? Estar treinando ao lado de grandes jogadores, para mim é uma honra”, disse.
Para o atleta, que foi revelado pelo Sport, ouvir o seu nome foi a comprovação de que está fazendo um bom trabalho.
“Passou um filme desde que você começou e desde que começou a sonhar em vir para seleção até esse momento de ver seu nome ali na TV sendo chamado pelo Mister [o técnico Carlo Ancelotti]. Na hora ali passou bastante coisa na minha cabeça, do dia que eu comecei a jogar bola, o dia que eu comecei a treinar no Serra Talhada, passei pela base do Sport, o dia que eu virei profissional… Então, para mim, ver meu nome ali, né? É um motivo de que valeu muito a pena”, comentou o lateral-esquerdo.
Juba também contou que espera ajudar a seleção brasileira durante os jogos contra Senegal e Tunísia, que serão os últimos amistosos da seleção brasileira em 2025.
As partidas ocorrem nos dias 15 e 18 de novembro, respectivamente, em Londres, no Reino Unido e em Lille, na França.
“Eu espero que a gente saia vitorioso e que a gente possa fazer grandes jogos. Se eu tiver oportunidade também, claro, que eu possa dar o meu melhor para tá ajudando a equipe do a seleção brasileira sair com dois resultados positivos nesses jogos”, falou o atleta.
Conselhos
Aos 26 anos, Luciano Juba atualmente defende as cores do Bahia, que está no 5º lugar e figura na zona de classificação para a Libertadores. Ele compartilhou as dicas dadas pelos companheiros do Tricolor de Aço e aproveitou para agradecer a ajuda do técnico Rogério Ceni.
“Eu já cheguei a perguntar, claro. São jogadores que já passaram aqui. Então, acho que seria importante perguntar para eles como era o ambiente. E eles só me falaram coisa boa, né? Falaram: "Vai lá, dá o seu melhor, aproveita que você tem potencial". Então, agradeço muito a eles. Porque eles também me ajudaram bastante no dia a dia, tanto o nosso time quanto o professor Rogério para que eu pudesse chegar aqui”, contou.
Família
Juba também relembrou a sua trajetória até iniciar a carreira profissional no Sport em 2020. Três anos antes, o jovem treinava no Serra Talhada e passou a compor a base do Leão da Ilha do Retiro, onde começou a se destacar como jogador.
“Até na escola, às vezes, deixava de estudar para tentar treinar, [...] às vezes ia trabalhar com o meu avô para conseguir dinheiro para a passagem. Minha esposa aqui antes era minha namorada também corria atrás para para conseguir passagem para mim, minha família também me ajudava. Então, é bastante coisa que a gente passa, né?”, relembra.
O jogador defendeu o Sport entre os anos de 2020 e 2023 e marcou mais de 30 gols com a camisa rubro-negra.
“Quando você chega aqui na seleção, não só quando eu cheguei aqui, né? Quando consegui virar profissional, consegui ajudar minha família, já foi é ali um sonho realizado, né? Já deu para ver que é, valeu a pena ter passado por tudo. Então, creio que hoje me sinto ainda mais honrado de ter ter vivido tudo isso, né, e que agora eu possa continuar crescendo ainda mais”
Na entrevista, o atleta também falou sobre o período que ajudava o avô no trabalho, com carga e descarga de caminhões.
“Meu avô trabalhava com carga e descarga de caminhão. Então, sempre que tinha um caminhão vindo para o lado de onde a gente morava, ele precisava de alguém para ir trabalhar junto com ele. Daí ele me chamava, a gente saía cedinho de casa, voltava tarde da noite, às vezes não dava tempo de ir nem para a escola, né? Mas tenho certeza que isso valeu muito a pena. E hoje, graças a Deus, já dei uma vida bem melhor para a minha família e estou aqui agora vestindo a camisa da seleção. E então eu me sinto muito feliz e muito orgulhoso de tudo que que eu passei e tudo que eu tô vivendo agora”, completa Juba.