Dia Mundial da Pneumonia: atenção para a prevenção de uma das principais causas de óbito infantil
Estabelecido em 2009, o Dia Mundial da Pneumonia tem como objetivo mobilizar a sociedade e os profissionais de saúde para ampliar o acesso à informação, à vacinação e ao tratamento adequado
Nesta quarta-feira (12), Dia Mundial da Pneumonia, a atenção da sociedade médica pediátrica de todo o mundo se volta para a prevenção da pneumonia infantil, considerada uma das principais causas de morte evitável entre crianças menores de cinco anos ao redor do mundo. Proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e estabelecido em 2009, o Dia Mundial da Pneumonia tem como objetivo mobilizar a sociedade e os profissionais de saúde para ampliar o acesso à informação, à vacinação e ao tratamento adequado.
Matheus Brandt, pediatra e alergologista do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), explicou que a mortalidade nessa faixa etária é mais alta porque, até os 5 anos de idade, as células de defesa do organismo da criança ainda estão em processo de amadurecimento e construção da imunidade.
“Essas crianças, de uma maneira geral, têm uma chance maior de desenvolver infecções mais graves e dentre elas, a pneumonia. Por isso que é uma faixa etária que a gente tem que ficar de olho, reforçando a vacinação nessa idade. Ela vai ajudar o sistema imunológico a se fortalecer mais rápido para combater algumas doenças específicas”, apontou.
O médico alerta aos pais e responsáveis que, no começo, os sintomas são simples e comuns de um resfriado.
“Eu costumo explicar que a pneumonia não começa de cara já com toda a manifestação clínica da doença. Ela nada mais é do que uma infecção respiratória que, por algum motivo, o sistema imunológico não conseguiu frear o processo infeccioso, complicando e desenvolvendo uma infecção respiratória mais grave”, disse o pediatra.
“Uma tosse, uma febre, descarga nasal e aí, conforme o quadro da criança vai evoluindo, normalmente o corpo não consegue frear esse processo. A febre persiste mais, que é o sintoma mais clássico da pneumonia”, complementou.
Outro ponto de atenção para os pais são os quadros de alergia, rinite e asma. Segundo o médico, doenças alérgicas podem deixar o tecido respiratório mais inflamado, favorecendo o desenvolvimento de doenças infecciosas. Outros fatores de risco são a prematuridade, problemas do coração e do pulmão, fibrose cística, distúrbios imunológicos, doenças genéticas ou pré-existentes.
Matheus Brandt destaca que o principal meio de prevenção é a cobertura vacinal, que irá ajudar no desenvolvimento do sistema imunológico da criança. Por isso, manter o calendário vacinal atualizado com vacinas como a pneumocócica, haemophilus influenzae tipo b (Hib), pentavalente, influenza (gripe) e covid-19, disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é essencial.
“Além disso, comparecer às consultas médicas regulares, porque assim podemos identificar essa questão da falta da cobertura vacinal, uma doença alérgica, algum fator de risco ou outro que possa estar envolvendo a pneumonia, ou infecção respiratória”, orientou.
Brandt também reforça aos pais as medidas de higiene geral, como evitar grandes aglomerados, principalmente em épocas de maior circulação de infecções virais, como os meses de inverno, higienizar as mãos e evitar o contato de crianças menores com outras que estejam doentes.