Crianças com Síndrome Congênita da Zika celebram dez anos de vida com o Projeto Semear
Iniciativa da Fundação Altino Ventura (FAV) é voltada para entender o neurodesenvolvimento e as consequências do Zika Vírus
Os primeiros dez anos de vida de uma criança são sempre especiais. Mas para as famílias que convivem com a Síndrome Congênita do Vírus Zika, o marco de uma década representa algo ainda maior, como o desenvolvimento dos filhos e a evolução perante os desafios da doença.
Para a data, o Projeto Semear II, que é promovido pela Fundação Altino Ventura (FAV), realizou um dia de emoção nesta quarta-feira (12), nas dependências do Caxangá Golf & Country Club, na Zona Oeste do Recife.
Com a temática "Mestres do Saber: 10 anos de Descobertas", a formatura ocorreu como um ato simbólico para comemorar o encerramento do ciclo para as mais de 100 famílias que se reuniram durante o momento e compõem a iniciativa.
A entrega foi feita por profissionais e pesquisadores da FAV. As crianças receberam roupas especiais para o evento e um diploma que reconhece a força e o desenvolvimento de cada uma delas. Além disso, os pequenos tiveram momentos de diversão, com recreação e música.
Segundo a doutora Camila Ventura, coordenadora do Projeto Semear, a pesquisa é voltada para entender o neurodesenvolvimento e as consequências do Zika Vírus nas crianças e em suas famílias.
“Comemorar a primeira década de vida com o tema Mestres do Saber, que foi a ideia inclusive de uma mãe, é muito lindo, porque traz o aprendizado do que nós vivemos durante 10 anos juntos, cada um numa troca mútua”, disse a médica.
A ideia de fazer uma festa de formatura partiu de Inabela Souza, que é mãe de Graziela Vitória e participa ativamente da iniciativa desde o primeiro mês de vida da filha.
“Foi uma imensa alegria ter voltado para o projeto que acolhe as nossas crianças tão bem. Hoje foi o dia mais especial, porque são 10 anos nessa luta da criança com microcefalia. E a ideia de fazer a formatura foi minha, dos meninos pegarem o diploma, usarem o chapeuzinho. É como se fosse uma formatura. A gente vai aprendendo com eles, com os terapeutas e os nossos filhos nos ensinam todos os dias também. Então, para a gente estar aqui, teve que ter uma superação muito grande. Teve uma luta, né? Um processo tão grande para estar aqui.”, contou.
Já Fátima, avó de Pedro Miguel, conta que o neto teve a doença descoberta somente após o parto. Depois de passar por uma série de exames e estar em outras instituições, ela encontrou o apoio necessário para enfrentar a doença com a ajuda do Projeto Semear e da FAV.
“Miguel nasceu com a Síndrome Congênita da Zika Vírus. Foi difícil no início aceitar porque estava tudo normal. A gente só veio descobrir quando ele nasceu. É na Fundação Altino Ventura que eu sinto o apoio às terapias do meu neto, os profissionais são muito bons”, lembrou Fátima.
Ao longo da tarde, a programação ainda incluirá momentos de descontração e homenagem, com uma dinâmica exclusiva para as mães, conduzida pela equipe de terapeutas do projeto, e uma sessão de Contação de Histórias com Mariana Bígio.
O evento contará com uma Homenagem Especial ao Conselho de Mães do projeto e o tradicional "Parabéns Coletivo" em celebração ao marco de 10 anos.
A confraternização será encerrada com a música "Bondade de Deus", cantada em conjunto como forma de gratidão pela jornada trilhada.