Delegado afirma ao STF que há "indícios" para continuar inquérito sobre remoção de corpos no Rio
Investigação foi suspensa por Alexandre de Moraes, que determinou posicionamento de responsável pelo caso
O delegado responsável pelo inquérito que investigava a remoção de corpos de parte dos 121 mortos da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, realizada há duas semanas, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que há "veementes indícios" que justificariam a continuidade da investigação.
A apuração foi suspensa por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Moraes havia determinado um prazo de 48h para o delegado responsável apresentar informações. A resposta foi enviada nesta quarta por Leandro Gontijo de Siqueira Alves, da 22ª DP (Penha).
No texto, Alves afirma que o inquérito não investigava familiares dos mortos, mas sim "indícios de fraude processual decorrentes de ações ocorridas após os confrontos, conforme amplamente documentado em vídeos, registros jornalísticos e demais elementos de prova já anexados aos autos".
O delegado afirmou a Moraes que há "veementes indícios que alicerçam a continuidade das investigações" e citou como exemplo a descoberta de que um veículo roubado foi utilizado para transportar parte dos corpos.
"Ressalte-se que a suposta utilização de veículos produto de crime no transporte dos corpos, conforme já verificado em análise preliminar, agrava a necessidade de investigação, não apenas pela suspeita de ocultação de vínculos entre os mortos e organização criminosa, mas também pela relevância de se identificar eventual emprego de bens ilícitos para fins de manipulação de cenas ou desinformação pública", afirma Alves.
O delegado também afirmou que a abertura e condução do inquérito respeitaram "os princípios da legalidade, impessoalidade e finalidade pública" e que o único objetivo é a "elucidação de fatos com potencial repercussão penal e institucional".