Lamine Yamal é o jogador que mais sofre ataques racistas nas redes na Espanha; Vini Jr. é o segundo
Estudo mostra que 60% dos insultos ligados ao futebol têm o jovem do Barcelona como alvo; Vinicius aparece em segundo lugar, com 29%
O racismo segue sendo uma ferida aberta no futebol espanhol — e nas redes sociais, ele se multiplica.
Um relatório do Observatório Espanhol do Racismo e da Xenofobia (Oberaxe) revelou que Lamine Yamal, de apenas 17 anos, é o principal alvo de discursos de ódio e ataques racistas online relacionados ao futebol na Espanha.
O atacante do Barcelona concentra 60% dos insultos identificados, seguido por Vinicius Jr., do Real Madrid, com 29%, e Kylian Mbappé, com 3%.
O estudo, divulgado pelo jornal El País, também cita Nico e Iñaki Williams, Balde e Brahim Díaz entre os jogadores mais atacados. Segundo o diretor da Oberaxe, Tomás Fernández, os insultos contra Lamine Yamal costumam ter conotação racial e xenófoba.
"Chamam-no de 'mena' ou 'moro de m…'. Essa imagem pública, marcada por suas origens e cor de pele, desperta preconceitos negativos entre quem o odeia", explicou.
A pesquisa mostra ainda quais clubes concentram mais ataques de ódio. O Real Madrid lidera com 34%, seguido de perto pelo Barcelona, com 32%, e pelo Real Valladolid, com 17%. Valencia, Athletic Club, Real Sociedad e Atlético de Madrid completam a lista.
Os picos de insultos ocorrem durante jogos de grande repercussão, especialmente o El Clásico.
Termos como “macaco filho da p**”* e “volta para o seu país” aparecem com frequência em mensagens direcionadas a jogadores negros como Lamine, Balde, Raphinha, Vinicius, Brahim e Mbappé.
Para Fernández, os ataques online refletem um problema estrutural. — O que acontece no futebol é um espelho da sociedade. Essas mensagens depreciativas e agressivas são amplificadas porque partem de figuras populares, seguidas por jovens e menores de idade. Muitos não percebem que isso pode se transformar em violência física, alertou.