Banco Central deve avaliar negócio entre Grupo Fictor e Master, mas ainda não foi notificado
Autoridade monetária barrou compra de instituição financeira pelo BRB, banco estatal do Distrito Federal
O Banco Central deve analisar a possível aquisição do Banco Master pela Fictor Holding Financeira, que anunciou nesta segunda-feira ter feito uma proposta em conjunto com um consórcio formado por investidores dos Emirados Árabes Unidos. O negócio deve seguir o mesmo rito legal do processo envolvendo o BRB, que foi rejeitado em setembro pelos riscos contidos.
O pedido envolvendo o Fictor, contudo, ainda não havia chegado ao BC até a noite desta segunda-feira. Quando o pedido for protocolado, será preciso verificar se o consórcio tem o porte necessário para assumir todos os compromissos do Master.
Questionado, o BC disse que não comenta casos específicos. "Qualquer operação de transferência de controle de instituição financeira precisa passar pela análise e aprovação do Banco Central, de acordo com a Lei 4.595/64."
Um dos principais motivos para negativa do regulador ao negócio com o BRB foi o risco de sucessão dos CDBs emitidos pelo Master. O banco privado cresceu muito nos últimos anos com uma estratégia de captação agressiva. A instituição ofertava CDBs com retornos muito acima da média do mercado, com a salvaguarda do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Por outro lado, o ativo para fazer frente ao pagamento futuro desses títulos aos investidores que o adquiriram é bastante ilíquido, como precatórios e investimentos em empresas em dificuldades financeiras.
Mesmo com esses títulos retirados da operação, o regulador avaliou que havia um risco de corresponsabilidade pelo BRB em meio aos problemas de liquidez do banco privado.
Recentemente, a solução de pagamentos da Fictor, a FictorPay, foi alvo de um ataque hacker que desviou cerca de R$ 25 milhões de um cliente da instituição.