COP30

Mais de 30 países ameaçam bloquear projeto de acordo na COP30 considerado pouco ambicioso

Enquanto Lula defende um "mapa do caminho" para acelerar a transição energética, nações criticam a proposta brasileira por não incluir um roteiro para eliminar petróleo, gás e carvão

Mais de 30 países ameaçam bloquear projeto de acordo na COP30 considerado pouco ambicioso - COP30 via Agência Brasil

Mais de 30 países estimaram insuficiente, nesta quinta-feira (20), o projeto de acordo apresentado pela presidência brasileira da COP30 e pediram a inclusão de um roteiro para abandonar as energias fósseis, segundo uma carta divulgada pela delegação colombiana.

O presidente da conferência, o diplomata brasileiro André Corrêa do Lago, está sob pressão dos quase 200 países reunidos em Belém desde a semana passada para elaborar um texto capaz de obter um consenso, segundo as regras das COPs.

Seu último rascunho de texto, consultado nesta quinta-feira pela AFP, não menciona os combustíveis fósseis.

"Estamos profundamente preocupados com a proposta atual, que é de pegar ou largar", escreveram Colômbia, França, Reino Unido, Alemanha e outros países em uma carta proporcionada pela delegação colombiana em Belém e à qual a AFP teve acesso.

A França e a Bélgica confirmaram sua adesão ao documento.

"Devemos-lhes honestidade: na sua forma atual, a proposta não cumpre as condições mínimas para um resultado crível nesta COP", continuam os países.

"Não podemos apoiar um texto que não inclua um roteiro para uma transição justa, ordenada e equitativa para a eliminação dos combustíveis fósseis", afirmam esses países na véspera do encerramento oficial da COP30.

A produção de petróleo, carvão e gás, responsáveis em grande medida pelo aquecimento global, voltou fortemente ao debate em Belém, apesar de ser um tema que parecia impossível de ser retomado desde um primeiro chamado na COP28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, há dois anos.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, defende a elaboração de um "mapa do caminho" para acelerar a transição energética desde o início da conferência.

Contudo, segundo um negociador que falou em condição de anonimato, China, Índia, Arábia Saudita, Nigéria e Rússia rejeitam categoricamente essa proposta.