Zambelli, Ramagem e Eduardo: Veja outros bolsonaristas acusados de tentar fugir da Justiça
Ao determinar a prisão preventiva de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes falou em risco de fuga e citou aliados que deixaram o país
Na decisão na qual determinou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou sobre risco de fuga e citou aliados do ex-mandatário que saíram do país para fugir da Justiça brasileira.
O caso mais recente é o do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado por tentativa de golpe de Estado e que foi para os Estados Unidos mesmo proibido judicialmente. Após a fuga, Moraes determinou a prisão do deputado.
Antes dele, a deputada federal Carla Zambelli fugiu depois de ter sido condenada a dez anos de reclusão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Dois meses após deixar o Brasil, ela foi presa na Itália depois de ser incluída na lista vermelha da Interpol, o que a tornou procurada em 196 países.
Um dos filhos do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, também deixou o país em meio ao aperto do cerco da Justiça Brasileira.
O deputado afirmou em um vídeo que estava em um avião, em direção nos Estados Unidos, no mesmo dia em que integrantes do PT entraram com um requerimento no Supremo Tribunal Federal (STF) para que seu passaporte fosse apreendido. O pedido foi negado pelo Supremo.
Além dos políticos, outros investigados e condenados por tentativa de golpe de Estado por participação nos atos do 8 de janeiro deixaram o Brasil em meio aos processos no STF.
Eles usaram vias fluviais e terrestres, incluindo longos deslocamentos a pé, para escapar da Justiça brasileira e buscar abrigo em países vizinhos, especialmente na Argentina, o que fomentou pedidos de extradição do governo brasileiro.
Na decisão na qual determinou a prisão preventiva de Bolsonaro neste sábado, Moraes afirmou que o equipamento de monitoramento eletrônico do ex-presidente foi violado à meia-noite.
"O Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a esta Suprema Corte a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico do réu Jair Messias Bolsonaro, às 0h08min do dia 22/11/2025. A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho", ressaltou Moraes.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, convocou apoiadores para uma vigília pela saúde do pai na noite deste sábado. Jair Bolsonaro tem sofrido, segundo aliados e familiares que o visitam, com crises frequentes de soluço e refluxo.
Na decisão, Moraes pontuou que "embora a convocação de manifestantes esteja disfarçada de 'vigília'", a conduta indica o mesmo "modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu, no sentido da utilização de manifestações populares com o objetivo de conseguir vantagens pessoais".
"O tumulto causado pela reunião ilícita de apoiadores do réu condenado tem alta possibilidade de colocar em risco a prisão domiciliar imposta e a efetividade das medidas cautelares, facilitando eventual tentativa de fuga do réu", frisou.
O ministro ainda afirmou que no vídeo gravado por Flávio, o senador "incita o desrespeito ao texto constitucional, à decisão judicial e às próprias Instituições, demonstrando que não há limites da organização criminosa na tentativa de causar caos social e conflitos no País, em total desrespeito à DEMOCRACIA".