Gleisi defende decisão de Moraes que prendeu Bolsonaro
Ex-presidente foi preso neste sábado e STF citou tentativa de violação da tornozeleira e vigília convocada por Flávio
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se manifestou neste sábado sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em mensagem nas redes sociais, a petista elogiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A prisão preventiva de Jair Bolsonaro segue rigorosamente os ritos do devido processo legal, observado pelo Supremo Tribunal Federal e pela Procuradoria-Geral da República em cada etapa da ação penal contra a tentativa de golpe de estado no Brasil.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes está fundamentada nos riscos reais de fuga do chefe da organização golpista, na iminência do trânsito em julgado de sua condenação para cumprimento de pena”, declarou.
Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado pela Polícia Federal por determinação de Moraes. A decisão foi tomada porque o magistrado considerou que havia risco de fuga e não existiam mais condições para manter a prisão domiciliar.
“Também leva em conta, acertadamente, os antecedentes de um processo marcado por violentas tentativas de coação da Justiça, como o tarifaço e as sanções da Magnitsky. Na democracia, a Justiça se cumpre”, também disse a ministra.
A decisão de Moraes afirma que a tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro foi violada pouco depois da meia-noite deste sábado. Além disso, o despacho cita uma vigília convocada para esta noite pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a porta do condomínio onde o ex-presidente mora.
Segundo os advogados, a cronologia dos fatos — que inclui a representação da Polícia Federal feita no dia 21 — demonstraria que a medida não se justifica. A defesa argumenta que a Constituição assegura o direito de reunião, “em especial para garantir a liberdade religiosa”, e contesta a afirmação do ministro sobre risco de evasão.
A prisão é preventiva e não está relacionada com a execução da condenação pela tentativa de golpe de Estado. No caso da trama golpista, a decisão ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda há prazo para a apresentação de recursos.