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Lira diz que prisão de Bolsonaro não "se justifica" e "reabre feridas da polarização"

Ex-presidente da Câmara ainda falou em "criminalização da política"

Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados - Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) usou as redes sociais neste sábado para criticar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado disse que a decisão “não se justifica” e “criminaliza a política”

“A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro não se justifica e reabre as feridas da polarização política que turva o futuro do Brasil. Nenhum país pode se orgulhar de ter seus últimos presidentes presos. Já faz mais de uma década que essa marcha e contramarcha prejudica a economia, a geração de empregos e criminaliza a política”, disse Lira.

O parlamentar foi da base do governo quando Bolsonaro era presidente e apoiou a tentativa de reeleição dele em 2022.

Depois disso, no entanto, também passou a ter um diálogo aberto com o presidente Luiz Inácio Lula Silva, mas nunca deixando de romper politicamente com Bolsonaro, o principal rival político do petista.

Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado pela Polícia Federal por determinação de Moraes.

A decisão foi tomada porque o magistrado considerou que havia risco de fuga e não existiam mais condições para manter a prisão domiciliar.

A decisão de Moraes afirma que a tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro foi violada pouco depois da meia-noite deste sábado. Além disso, o despacho cita uma vigília convocada para esta noite pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a porta do condomínio onde o ex-presidente mora.

Segundo os advogados, a cronologia dos fatos — que inclui a representação da Polícia Federal feita no dia 21 — demonstraria que a medida não se justifica. A defesa argumenta que a Constituição assegura o direito de reunião, “em especial para garantir a liberdade religiosa”, e contesta a afirmação do ministro sobre risco de evasão.

A prisão é preventiva e não está relacionada com a execução da condenação pela tentativa de golpe de Estado. No caso da trama golpista, a decisão ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda há prazo para a apresentação de recursos.