BRASIL

Lula diz que governo trabalha "com inteligência" para desarticular redes criminosas

Governo tenta mudar, entre os senadores, projeto de lei aprovado pela Câmara

Lula participa de Cúpula do G20, na Áfrira do Sul - Ricardo Stuckert / PR

Em visita oficial a Moçambique nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo brasileiro tem atuado “com inteligência” para desarticular redes criminosas e estrangular suas fontes de financiamento.

A declaração ocorre no momento em que o Palácio do Planalto intensifica a articulação no Senado para alterar trechos considerados prejudiciais ao combate ao crime organizado no projeto antifacção aprovado pela Câmara na semana passada.

— O crime organizado é outro desafio que ameaça nossas sociedades. O governo brasileiro tem trabalhado com inteligência para desarticular redes criminosas e estrangular suas fontes de financiamento — disse Lula.

— A Polícia Federal é reconhecida internacionalmente pela capacidade de rastrear ativos ilícitos e combater a lavagem de dinheiro. Ela está à disposição para compartilhar sua experiência e ampliar sua colaboração com Moçambique.

 

O presidente participou em Maputo da assinatura de nove novos acordos bilaterais em áreas como saúde, educação, desenvolvimento, empreendedorismo, diplomacia, aviação civil, assistência jurídica e serviços agroflorestais. Ele afirmou que o Brasil está “de volta” ao continente africano após anos de afastamento, e que quer retomar projetos interrompidos — incluindo parcerias na produção de medicamentos, na segurança alimentar e na proteção de biomas.

PL Antifacção no Senado
As declarações de Lula acontecem enquanto o governo busca reverter, no Senado, pontos centrais do PL Antifacção aprovado por ampla maioria na Câmara (370 a 110), em uma derrota do Planalto. O Executivo quer modificar dispositivos que tratam do financiamento da Polícia Federal, do fortalecimento da Receita Federal e da definição do que constitui facção criminosa.

Na semana passada, Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticaram o texto aprovado pelos deputados, o que gerou irritação no presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Nas redes sociais, o presidente afirmou que a versão atual “enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica”.