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Vacina contra dengue: como funciona o imunizante produzido pelo Butantan

Aplicada em dose única, a vacina é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos da doença

Vacina do Butantan: desenvolvimento leva em conta ovos para multiplicar vírus usado na vacina - Governo do Estado de SP/Divulgação

A vacina da dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, a Butantan-DV, consegue proteger contra os quatro sorotipos existentes do vírus da dengue: chamados de DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.

Os resultados completos do estudo clínico com o imunizante foram publicados no ano passado na revista científica New England Journal of Medicine (NEJM) e mostraram uma eficácia geral da dose única de 79,6% ao longo de dois anos de acompanhamento.

De forma mais detalhada, os pesquisadores observaram no estudo que a proteção da vacina era de 89,5% para o DENV-1 e de 69,6% para o DENV-2, as versões de maior circulação no Brasil.

Além disso, o principal diferencial do imunizante é que o esquema vacinal pode ser feito em dose única, diferente das outras vacina contra a doença disponíveis. Composta pelos quatro vírus atenuados, ou seja, enfraquecidos, ela induz a produção de anticorpos pelo organismo sem causar a doença e com poucas reações adversas.

Segundo o diretor da instituição Esper Kallas, em entrevista recente concedida ao GLOBO, o Instituto Butantan já tem mais de 1 milhão de doses da nova vacina da dengue preparadas.

Atualmente, a vacina ofertada pelo Ministério da Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), é a QDenga, produzida pela biofarmacêutica Takeda. O imunizante apresenta um esquema de duas doses, com intervalo de 90 dias entre cada uma.

A Qdenga recebeu o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023 para uso no Brasil em pessoas de 4 a 60 anos, independentemente de já ter sido infectado pela dengue ou não.