AVIAÇÃO

BNDES aprova financiamento de R$ 4,64 bi para obras em Congonhas e mais 10 aeroportos da Aena

Operadora espanhola monta pacote de financiamento de R$ 5,7 bilhões para fazer frente a investimentos no bloco arrematado em leilão de 2022

Aeroporto de Congonhas - Divulgação / Infraero

O BNDES entrará com R$ 4,64 bilhões no pacote de financiamento aos investimentos da espanhola Aena, uma das maiores operadoras aeroportuárias do mundo, no blocos que tem o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e mais dez terminais concedidos na sétima rodada de concessões do setor, cujo leilão foi em agosto de 2022.

Na época, o investimento total previsto era de R$ 7,3 bilhões. A Aena pagou R$ 2,4 bilhões em outorga para vencer aquele leilão.

O BNDES não será o único financiador. O pacote de financiamento soma R$ 5,7 bilhões. A maior parte, R$ 5,3 bilhões, veio de uma emissão de títulos de dívida, coordenada pelo banco de fomento em parceria com o banco espanhol Santander. Dos títulos, o BNDES ficou com R$ 4,24 bilhões. O pouco mais de R$ 1 bilhão ficou com demais investidores.

Além dos papéis, o BNDES aprovou também um empréstimo de R$ 400 milhões para as concessionárias. Por isso, o pacote de financiamento sobe para R$ 5,7 bilhões, e a participação do BNDES chega aos R$ 4,64 bilhões.

Bloco de 11 aeroportos
Além de Congonhas, o bloco arrematado pela Aena inclui os aeroportos de Campo Grande (MS), Ponta Porã (MS), Corumbá (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Carajás (PA), Altamira (PA), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Claros (MG).

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou, em nota, que o financiamento se insere nos esforços do governo federal de ampliar o número de passageiros nos aeroportos do país, “garantindo a qualidade do atendimento e o conforto, tendo em vista que o número vem crescendo com a expansão sustentada da economia”.

Segundo o BNDES, o pacote de financiamento fechado pela Aena custeará a maior das fases de investimentos nas concessões. Isso inclui “a ampliação e a adequação dos aeroportos para o atendimento às especificações mínimas de infraestrutura, para o aumento de capacidade operacional e para melhorias estruturais e de sustentabilidade”.

Obras finalizadas em 2028
O prazo para a conclusão dessa fase de obras é junho de 2028, no caso do Aeroporto de Congonhas. As obras nos demais terminais precisarão ficar prontas até junho do ano que vem.

Conforme o BNDES, as obras gerarão 700 empregos. Quando todos os aeroportos estiveram ampliados, serão mais 2 mil empregos diretos e indiretos na operação.

Apenas Congonhas receberá R$ 2 bilhões em obras. O aeroporto da capital paulista terá um novo terminal de passageiros, com 105 mil metros quadrados, mais do que o dobro do espaço de hoje.

No mundo
A Aena opera 46 aeroportos e dois heliportos na Espanha. Além disso, de acordo com o BNDES, tem 51% da concessionária do Aeroporto de Londres-Luton e gere 12 terminais no México e mais dois na Jamaica.

No Brasil, a Aena opera também os aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), João Pessoa (PB), Juazeiro do Norte (CE) e Campina Grande (PB). O bloco foi concedido na quinta rodada de leilões aeroportuários, em 2019. Para essas concessões, a Aena tomou R$ 1 bilhão em financiamentos com o BNDES.