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Correios: oferta de bancos prevê primeira parcela de empréstimo neste ano e mais duas em 2026

Documentos devem ser enviados pela estatal nesta segunda ao Tesouro Nacional

Correios - empréstimo será liberado em três parcelas: R$ 10 bilhões em 2025 e mais duas parcelas de R$ 5 bilhões em 2026. - Elza Fiuza/Agência Brasil/Arquivo

A direção dos Correios pretende enviar nesta segunda-feira à Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, os documentos relativos ao empréstimo de R$ 20 bilhões que a empresa espera fechar nos próximos dias. Como a operação conta com o aval da União, em caso de calote, a contratação precisa ser aprovada pelo órgão de governo.

A expectativa na cúpula da estatal é que o empréstimo seja autorizado rapidamente, uma vez que o processo para se chegar à oferta foi discutido previamente com representantes do Tesouro e da estatal.

Segundo interlocutores da empresa, o empréstimo será liberado em três parcelas: R$ 10 bilhões em 2025 e mais duas parcelas de R$ 5 bilhões em 2026. O prazo de pagamento é de 15 anos, com três anos de carência para pagamento dos juros. O empréstimo foi negociado com um grupo de bancos, formado por Banco do Brasil, Citibank, ABC, BTG e Safra.

Apesar de a União ser avalista da operação, os bancos estão cobrando juros de 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), taxa diária cobrada nos empréstimos entre as instituições.

Empréstimos com esse tipo de garantia estão limitados pelo Tesouro a 120% do CDI. O problema é o risco da operação, diante da deterioração das contas dos Correios.

A direção da estatal aguarda a liberação da primeira parcela do empréstimo neste mês para regularizar a dívidas e fechar as contas deste ano.

O empréstimo é uma operação casada com o plano de reestruturação dos Correios, que prevê corte de despesas em torno de R$ 2 bilhões, sobretudo com pessoal e fechamento de 1 mil agências. Do lado da geração de receitas, o plano prevê a venda de imóveis ociosos, uma arrecadação estimada em R$ 1,5 bilhão, além de novos serviços em parceria com o setor privado.

Uma parte dos recursos vai custear o plano de demissão voluntária (PDV) para desligar dez mil funcionários. O restante será usado para pagamento de empréstimo bancário antigo, dívidas com fornecedores e prestadores de serviço, sentenças judiciais e recolhimento para para a previdência e FGTS.

Após a validação do Tesouro, deverá ser editado um decreto presidencial com o embasamento jurídico da operação de salvamento da estatal, que opera no vermelho desde julho e registrou prejuízo de R$ 6 bilhões entre janeiro e setembro deste ano.