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Farinha de castanha-do-Pará é 60% mais proteica que a de trigo, mostra novo estudo da Embrapa

Produto foi testado em diversas receitas

Castanha-do-Pará - Adriano Gadini/Pixabay

Símbolo da Amazônia, a castanha-do-Pará, também conhecida como castanha-do-Brasil, é uma farinha altamente proteica. Um novo estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) descobriu que essa farinha pode conter até 60% mais proteína do que a farinha de trigo.

Durante os testes, ela foi transformada em alimentos como hambúrgueres, quibes e proteína texturizada, que mostraram boa avaliação de sabor, textura e aparência. De acordo com a Embrapa, a farinha está pronta para ser testada em escala comercial. Os resultados do estudo foram publicados em um boletim técnico.

“A busca por maior diversidade de fontes proteicas nacionais têm estimulado pesquisas voltadas à exploração sustentável da biodiversidade brasileira. Além de contribuir para o aproveitamento de recursos naturais e a geração de emprego e renda, essas iniciativas buscam novos ingredientes para a indústria alimentícia”, afirma Ana Vânia Carvalho, pesquisadora da Embrapa.

Na produção, é feita a remoção parcial do óleo da castanha - usado majoritariamente pela indústria cosmética - gera uma torta, que é a base para os novos ingredientes.

“A torta da castanha é um resíduo do processo de extração do óleo. Um subproduto da indústria”, conta.

A partir dessa farinha, os pesquisadores produziram o concentrado proteico que obteve até 56% de proteína. O concentrado e a farinha foram testados na formulação de produtos para o consumidor final.

A pesquisa utilizou também castanhas que não tinham padrão para comercialização in natura - quebradas ou em pedaços, ampliando o aproveitamento das castanhas e reduzindo desperdícios. O trabalho integra o Programa Biomas do The Good Food Institute (GFI) Brasil, com financiamento do Fundo JBS pela Amazônia.