Operação Zargun

PF apontou indícios de participação de presidente da Alerj em organização criminosa, diz Moraes

Ministro do STF apontou fatos 'gravíssimos' ao decretar prisão do presidente da Alerj

Ministro Alexandre de Moraes - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a Polícia Federal (PF) apresentou "fortes indícios" de que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), participa de uma "organização criminosa". Moraes fez a avaliação na decisão em que mandou prender preventivamente Bacellar. 

"Os fatos narrados pela Polícia Federal são gravíssimos, indicando que RODRIGO DA SILVA BACELLAR estaria atuando ativamente pela obstrução de investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado, inclusive com influência no Poder Executivo estadual, capazes de potencializar o risco de continuidade delitiva e de interferência indevida nas investigações da organização criminosa. No caso em tela, em relação ao Deputado Estadual RODRIGO DA SILVA BACELLAR, são fortes os indícios da sua participação em organização criminosa", disse o ministro.

A PF afirmou que Bacellar teve "ciência" de uma operação contra o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, o avisou e orientou a retirada de objetos.

"O deputado Estadual Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, toma ciência prévia da ação policial, conversa com o principal alvo de tal ação e ainda o orienta sobre a retirada de objetos de interesse da persecução da residência", disse a representação da PF.

 

A prisão

Bacellar foi preso pela PF em uma operação deflagrada para combater a atuação de agentes públicos envolvidos no vazamento de informações sigilosas da investigação que prendeu o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias. De acordo com a PF, a ação ilegal causou obstrução na investigação realizada no âmbito da Operação Zargun. O envolvimento do presidente da Alerj foi descoberto pela PF após análise do material apreendido na operação de setembro. Bacellar foi preso na sede da PF após ser chamado para uma “reunião” com o superintendente.

Agentes da PF estão nas ruas para cumprir um mandado de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão, além de um mandado de intimação para cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No dia da operação Zargun, a PF informou que seria instaurado um inquérito para apurar um possível vazamento da ação. A suspeita surgiu porque TH Jóias deixou sua casa na noite anterior à operação que realizaria sua prisão. O político foi localizado em outro endereço.