Troca de celular e remoção de objetos do local: os motivos da prisão do presidente da Alerj
Os motivos foram apresentados pela Polícia Federal
A prisão preventiva do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi solicitada pela Polícia Federal (PF) e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de conversar entre ele e o deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias (MDB), preso em setembro por suspeita de ligação com o Comando Vermelho.
Nesses diálogos, TH avisa Bacellar, na véspera de ser preso, que trocou de número. Depois, no dia da operação, envia imagens de câmeras de segurança mostrando a PF em sua casa. De acordo com a corporação, Bacellar orientou a retirada de objetos do imóvel.
No dia 2 de setembro, TH trocou de número e enviou uma mensagem a Bacellar, tratado como "01": "Fala 01. Estou nesse". O presidente da Alerj respondeu com uma figurinha, o que para a PF sugere que "já tinha conhecimento de que haveria a troca".
No dia seguinte, às 6h03 da manhã, TH enviou a foto de um celular que tinha imagens do sistema de segurança de sua casa, mostrando a equipe da PF lá, e também compartilha o contato de sua advogada.
Segundo a PF, Bacellar "toma ciência prévia da ação policial, conversa com o principal alvo de tal ação e ainda o orienta sobre a retirada de objetos de interesse da persecução da residência".
O pedido de prisão foi enviado a Moraes porque ele é o relator de um inquérito sobre a atuação de grupos do crime organizado no Rio de Janeiro. Essa investigação foi aberta a partir do resultado do julgamento da ação conhecida como ADPF das Favelas.
De acordo com Moraes, a PF apresentou fatos "gravíssimos" que indicam a atuação de Bacellar para a obstrução de investigações
"Os fatos narrados pela Polícia Federal são gravíssimos, indicando que RODRIGO DA SILVA BACELLAR estaria atuando ativamente pela obstrução de investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado, inclusive com influência no Poder Executivo estadual, capazes de potencializar o risco de continuidade delitiva e de interferência indevida nas investigações da organização criminosa", disse o ministro.