PIS/Pasep 2026: calculadora do GLOBO mostra valor a receber; confira
Ferramenta mostra se você tem direito e quanto pode ganhar no ano que vem de acordo com seu salário e o período em que trabalhou com carteira assinada em 2024. Entenda as novas do abono salarial
Com o emprego com carteira batendo recorde no país, muitos brasileiros vão receber o PIS/Pasep em 2026. O calendário de pagamentos será divulgado pelo governo no fim deste ano, mas já dá para saber se você tem direito ao benefício e também estimar o quanto vai receber. Confira, abaixo, na ferramenta do GLOBO:
No ano passado, 25,8 milhões de trabalhadores receberam o PIS/Pasep. Mas, a partir de 2026, os critérios para ter direito ao abono ficarão mais rígidos. Entenda abaixo como funciona o pagamento, quem tem direito e o que mudou nas regras.
Como é calculado o benefício
O PIS-Pasep sempre tem como referência os dados de dois anos antes. Assim, o PIS-Pasep 2026 tem como ano-base de 2024. Ou seja, tem direito ao abono quem trabalhou com carteira assinada ou como servidor público durante pelo menos 30 dias, consecutivos ou não, em 2024, e recebeu até R$ 2.765,92 mensalmente.
Antes, o gatilho para ter direito ao PIS-Pasep era receber até dois salários mínimos por mês, mas esta regra mudou (entenda mais sobre os novos critérios abaixo).
Outros pré-requisitos:
- Estar cadastrado no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos, contados a partir da data do primeiro vínculo de emprego formal. Ou seja, o trabalhador precisa estar no mercado de trabalho desde 2021 para receber o abono em 2026;
- Ter exercido trabalhado em emprego formal por, pelo menos, 30 dias consecutivos ou não no ano-base considerado;
- Ter seus dados no ano-base de 2024 corretamente informados pelo empregador no eSocial.
Valor a receber
O valor do abono salarial é proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base, no caso, 2024. Para saber quanto cada trabalhador vai receber, é necessário utilizar o valor do salário mínimo (que, pelas projeções mais recentes do governo, será de R$ 1.627 em 2026), dividi-lo por 12 e multiplicar pela quantidade de meses trabalhados em 2024.
Assim, a quantia a ser recebida varia de R$ 135,58 a R$ 1.627,00. Recebe o valor máximo apenas quem trabalhou de janeiro a dezembro de 2024.
Esses valores consideram a estimativa oficial mais recente para o reajuste do salário mínimo em 2026. Ou seja, são projeções. O valor exato só será conhecido no ano que vem.
Para quem teve mais de um emprego com salários diferentes, a regra para saber se tem direito a ganhar o abono funciona da seguinte maneira: se o trabalhador ganhou mais do que R$ 2.765,92 mensais em um determinado período mas, na média dos meses trabalhado, seu salário foi inferior a este limite, ele terá direito ao PIS/Pasep.
Portanto, na calculadora, é necessário colocar o salário recebido em cada período trabalhado.
Lembrando que o corte de R$ R$ 2.765,92 é ainda uma estimativa, com base na inflação já conhecida de 2024. O Ministério do Trabalho vai informar oficialmente o valor quando divulgar o calendário do PIS/Pasep, no fim deste ano.
Novas regras
Até 2025, tinha direito a receber o abono salarial todo trabalhador cujo salário médio tivesse sido inferior a dois salários mínimos no ano-base de referência — no caso de 2025, o ano de 2023.
Mas, no fim de 2024, o Congresso aprovou uma mudança proposta pelo governo nos critérios para ter direito ao PIS/Pasep. O objetivo era evitar que os reajustes reais do salário mínimo acabassem pressionando essa despesa.
No futuro, apenas quem tiver renda inferior a 1,5 salário mínimo, e não mais dois salários mínimos, terá direito ao abono salarial.
Mas foi criada uma regra de transição para definir o critério de renda nos próximos anos. Funciona assim: o valor de R$ 2.640 (equivalente a dois salários mínimos de 2023) será usado como linha de corte com a devida correção pelo INPC, que é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (INPC).
Este valor será atualizado anualmente pela inflação e se tornará permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio. A previsão é que este período de transição dure até 2035.
Assim para 2026, o corte de renda para ter direito ao abono salarial será de R$ 2.765,92, que é o valor de R$ 2.640 atualizado pelo INPC de 2024, que foi de 4,77%.
Jorge Matsumoto, sócio da área trabalhista do Bichara Advogados, explica que, na prática, o teto salarial para ter direito ao abono deixou de ser dois salários mínimos e foi estabelecido um teto em reais, que é de R$ 2.640, corrigido pelo INPC:
—O abono salarial hoje já é pago com defasagem de dois anos: o benefício que sai em 2026 olha para a folha de 2024. A nova regra começa a valer exatamente nesse ponto. Ou seja: o ano-base 2024 já será analisado com o novo critério de renda. E esse critério parte de R$ 2.640 mensais, passando a ser atualizado apenas pelo INPC. Quando for analisar se a pessoa que trabalhou em 2024 tem direito ao abono em 2026, a comparação será: “a média salarial de 2024 desse trabalhador ficou abaixo do teto em reais já corrigido pela inflação”.
Consulta
Para consultar se tem direito, o trabalhador pode acessar a Carteira de Trabalho Digital ou os aplicativos Caixa Trabalhador e Caixa Tem.
Pagamento
O abono é pago pela Caixa Econômica Federal (PIS) e pelo Banco do Brasil (Pasep, para os servidores públicos), preferencialmente, com crédito em conta corrente ou em conta digital. O saque também poderá ser feito nos terminais de autoatendimento e lotéricas.
Calendário
Ainda será divulgado pelo Ministério do Trabalho no fim de dezembro de 2025.