Marcelo Queiroga: "Saúde vai de mal a pior no governo Lula"
Ex-ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro foi o entrevistado da semana no podcast "Direto de Brasília"
Ex-ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga (PL) fez duras críticas à situação da pasta na gestão de Lula (PT). Em entrevista ao podcast "Direto de Brasília", ele disparou contra a ex-titular da pasta, Nísia Trindade, e o atual comandante, Alexandre Padilha (PT), que já ocupou o posto no governo Dilma Rousseff entre 2011 e 2014.
“A saúde vai de mal a pior. Vimos a epidemia da dengue, essa gente nem matar mosquito sabe. Diziam que tinha colapso no sistema de saúde do Brasil, que o governo Bolsonaro acabou com o SUS, mas o povo brasileiro sabe que não é verdade. Aliás, de 2008 a 2018, eles fecharam 40 mil leitos hospitalares no Brasil. E sabe quem era o ministro nesse período? Alexandre Padilha, que voltou com Lula. Colocaram aquela senhora que me substituiu e depois fritaram ela, literalmente. Ela não era nem uma rainha da Inglaterra, me parecia mais com uma boba da corte. Teve que enfrentar a epidemia da dengue, mas isso não se enfrenta com teorias sociológicas. Se enfrenta com eficiência do sistema de saúde. Em 2024, tivemos oito mil óbitos por dengue no Brasil, mais que por Covid-19”, disparou Queiroga.
Ele criticou a demora do atual governo de agir e distribuir a vacina, comparando com o período da Covid-19. “Na pandemia, não houve demora de providências. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira vacina no dia 19 de janeiro de 2021. Nesse mesmo dia, o primeiro brasileiro já tomou a vacina. A vacina da dengue, a Anvisa aprovou em março de 2023, e sabe quando começou? Em fevereiro de 2024. Cadê os especialistas que ficavam na televisão enchendo meu saco? Eles são uns caras de pau. Porque eles não têm coragem de criticar uma demora de meses, que levou várias crianças a morrer ou ficar internadas em UTI. Aí, fica com essa conversa fiada”, completou o ex-ministro.
“E tudo atrasou por incompetência desse governo. Porque eles fazem aposta errada o tempo inteiro. O governo Lula sempre volta para repetir os mesmos erros. A política industrial relacionada à assistência farmacêutica é absolutamente inadequada. Agora o objeto do desejo são as tais canetinhas emagrecedoras. Aliás, o senhor Padilha está fazendo propaganda das canetinhas do amigo dele. Isso não é postura de ministro da Saúde. Claramente a saúde vai de mal a pior. É só mentira enganando a população brasileira, balela”, ressaltou.
Segundo Queiroga, Bolsonaro “não deixou faltar nada” para o povo brasileiro durante a pandemia. “Nós trouxemos as vacinas. Agora, a gente não ia forçar as pessoas a tomar vacina, porque não dá certo. Por exemplo, sexo forçado é bom? Não, é estupro. Não funciona. O povo brasileiro queria tomar a vacina, então esses mandados de vacinação são absolutamente errados. É por isso que eu vacinei muito mais do que a gestão petista”, declarou.
Queiroga avalia que algumas medidas adotadas naquele período se mostraram ineficazes quando analisadas no momento atual. Entre elas, citou o lockdown. “Aquilo foi um caos. Imagina o impacto sobre a saúde mental dos idosos presos em casa, sem poder ver seus netos. Além do impacto para a economia. Essas posições de fechamento, de lockdown, foram tomadas com base em opinião de especialistas, não de ensaios clínicos robustos, como se queria para algumas questões relativas à pandemia. Penso que não surtiu o efeito desejado. Naturalmente, quem propôs isso tinha boa intenção, mas o resultado não foi o esperado, porque a gente lida com as pessoas”, explicou o ex-ministro.
Atual pré-candidato ao Senado, Queiroga assumiu a Saúde em março de 2021, pouco após o início da vacinação, e ficou até o final do governo. Ele foi o quarto ministro no governo Bolsonaro e cutucou um de seus antecessores, Luiz Henrique Mandetta, que deixou a pasta em abril de 2020, logo no início da pandemia.
“O presidente me disse que precisamos de eficiência no enfrentamento à pandemia. Porque tinha aquele primeiro ministro que só falava. Era uma mistura de papagaio com pavão: vaidoso como um pavão e falante como um papagaio. Ele passou um ano só falando e deixando o Bolsonaro ‘p’ da vida, porque ele queria efetividade. Então tratei de conquistar a confiança do presidente. Bolsonaro é um político que fala a língua do povo, tem essa capacidade. Ele ia dando uma sintonia fina das questões próprias do governo e eu traduzia isso com programas, com respaldo técnico. Por isso que em seis meses conseguimos reduzir 90% dos óbitos por Covid-19. As pessoas não falam isso. Imagina se essa gente do PT estivesse à frente do governo? Primeiro, teria tido escândalos de corrupção muito grandes, como vimos uma pequena amostra do tal Consórcio Nordeste. Eles teriam comprado vacinas de Cuba, da China. Era isso que o PT iria fazer”, disparou Queiroga.