JÚRI POPULAR

Chacina de Poção: julgamentos de três réus são adiados; saiba os motivos

Outros três acusados de envolvimento no crime seguem sendo julgados

Julgamentos começaram nesta quarta-feira (10), no Fórum Thomaz de Aquino - Arthur Botelho/Folha de Pernambuco

Os julgamentos de Bernadete Siqueira Britto de Rocha, José Vicente Pereira Cardoso da Silva e Leandro José da Silva, acusados do assassinato de quatro pessoas em 2015, no Agreste de Pernambuco, foram adiados.

Os réus foram a júri popular na manhã desta quarta-feira (10), no Fórum Thomaz de Aquino, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife.

A primeira a ir ao tribunal foi Bernadete, acusada de ser a mandante do crime. O processo, no entanto, não seguiu adiante porque a advogada da réu está de licença-maternidade. 

José Vicente foi o segundo réu a comparecer ao tribunal e ter o seu julgamento adiado. Advogado, ele faria sua autodefesa no julgamento, porém alegou problemas de saúde e a impossibilidade de seguir com o processo nesta quarta.

Vicente chegou a sofrer uma queda ao sair do carro da Polícia Penal, na manhã desta quarta, antes de entrar no fórum.

José Vicente Pereira Cardoso da Silva, advogado e ex-diretor do presídio de Arcoverde, articulador do crime, caiu da viatura antes de entrar no fórum | Foto: Arthur Botelho/Folha de Pernambuco

O terceiro a ter o seu julgamento adiado foi Leandro. No caso dele, o seu advogado renunciou ao caso.

Em razão da impossibilidade dos julgamentos dos três réus, a juíza Maria Segunda Gomes de Lima solicitou que eles constituíssem uma nova defesa em até cinco dias.

Caso a solicitação da juíza não seja realizada pelos réus, a defensoria pública irá assumir os processos.

Os julgamentos de José Vicente e de Leandro foram adiados para 3 de fevereiro de 2026.

A reportagem questionou o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para saber a nova data do julgamento de Bernadete, mas ainda não obteve retorno.

Além deles, outros três réus estão sendo julgados nesta quarta: Ednaldo Afonso da Silva, Orivaldo Godê de Oliveira e Égon Augusto Nunes de Oliveira.

Em fevereiro do ano passado, Wellington Silvestre dos Santos, apontado como principal executor da chacina, foi condenado a 74 anos de prisão. Ele foi julgado por dois dias no Fórum Thomaz de Aquino, e teve sentença confirmada após um júri formado por sete mulheres considerá-lo culpado.

 
 
 
 
 
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Relembre o caso
O crime aconteceu dentro de um veículo na zona rural de Poção, a 240 quilômetros do Recife, em 2015. Foram mortos os conselheiros tutelares Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, de 54 anos; José Daniel Farias Monteiro, 31 anos; e Carmem Lúcia da Silva, de 38. 

Ana Rita Venâncio, de 62 anos, também foi assassinada. Ela era a avó materna de Ana Cláudia, menina que, à época, tinha três anos e estava no carro, mas que sobreviveu ao episódio.

De acordo com a Justiça, a mandante dos assassinatos seria a avó paterna da criança, a oficial de Justiça Bernadete Siqueira Britto de Rocha, que vai a júri nesta quarta.

Bernadete teria contratado o grupo de extermínio para eliminar a família materna e assegurar a guarda da criança, cuja tutela oficial era do pai, José Cláudio de Britto Siqueira Filho. 

Réu condenado a 74 anos de prisão
Em fevereiro do ano passado, Wellington Silvestre dos Santos, apontado como principal executor da chacina, foi condenado a 74 anos de prisão. Ele foi julgado por dois dias no Fórum Tomaz de Aquino, e teve sentença confirmada após um júri formado por sete mulheres considerá-lo culpado.

Ficou determinado que ele deveria cumprir a pena em Pernambuco. À época, ele estava detido na Paraíba, por outro crime.

Quem sãos os réus
Com a condenação de Wellignton, restam os julgamentos dos outros sete réus. São eles: Bernadete e Égon, amigo íntimo do réu já condenado. 

Também foram acusados de participação no delito o advogado e amigo íntimo de Bernadete, José Vicente Pereira Cardoso da Silva, de 59 anos; Leandro José da Silva, de 25, conhecido como Léo da Coca; Orivaldo Godê de Oliveira, mais conhecido como Zeto; e Ednaldo Afonso da Silva, que auxiliou e facilitou a fuga dos executores.