Juros altos vão frear economia brasileira em 2026, e indústria deve crescer 1,1%, projeta CNI
Setor de serviços puxará o PIB; construção terá impulso por crédito imobiliário e programas de reforma de moradias, avalia entidade
A economia brasileira deve perder força em 2026 diante dos juros elevados e do enfraquecimento do mercado de trabalho, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 1,8% no próximo ano — ritmo menor que o estimado para 2025, de 2,5%.
Segundo a CNI, o avanço em 2026 será puxado principalmente pelo setor de serviços, que deve crescer 1,9%. Já a indústria deverá registrar alta de apenas 1,1%, perdendo fôlego em relação a 2025. A agropecuária deve ficar praticamente estável.
A confederação projeta que a taxa Selic encerrará 2026 em 12% ao ano, mantendo os juros reais em torno de 7,9% — patamar considerado alto e suficiente para inibir investimentos e desacelerar a atividade econômica.
Além das condições financeiras apertadas, a CNI destaca a queda da demanda interna por bens industriais e o aumento das importações como fatores que devem continuar pressionando o setor. A indústria de transformação deve ter o pior desempenho entre os segmentos, com alta de apenas 0,5% no próximo ano.
Construção avança com novas regras do crédito imobiliário
Mesmo sob impacto dos juros altos, a construção deve apresentar um dos melhores resultados da indústria em 2026, com avanço de 2,5%. A CNI atribui o dinamismo à adoção do novo modelo de crédito imobiliário, ao aumento do valor máximo de imóveis financiados pelo SFH e à ampliação dos financiamentos para reforma de moradias de famílias de baixa renda.
A indústria extrativa também deve crescer, com previsão de alta de 1,6%, impulsionada pelo elevado nível de produção de petróleo e minério de ferro.
PIB de 2025 deve fechar em 2,5%, puxado pelo agronegócio
Para 2025, a CNI estima que o PIB crescerá 2,5%, ligeiramente acima da projeção feita no fim do ano passado (2,4%). Ao contrário de 2024, quando o avanço da economia foi puxado pela indústria e pelos serviços, em 2025 o destaque será o agronegócio.
A entidade prevê uma expansão de 9,6% para o PIB do setor, impulsionada pela safra recorde e pelo bom desempenho da produção animal.