Náutico: advogado defende plano de Recuperação Judicial apresentado pelo clube
Rodrigo Cahu Beltrão saiu em defesa da proposta oficial apresentada pelo clube e se pronunciou sobre o plano alternativo dos credores
Representando o Náutico no processo de Recuperação Judicial, o advogado Rodrigo Cahu Beltrão defendeu o plano apresentado pelo clube e se pronunciou sobre a proposta alternativa dos credores, entre eles o técnico Hélio dos Anjos e o auxiliar Guilherme. Rodrigo disse que a proposta trazida pelo grupo só terá validade em caso da rejeição ao plano do clube e que segue com canal aberto para novos diálogos.
"Legalmente, o plano alternativo só deve ser votado caso o plano do Náutico seja rejeitado. O clube está sempre aberto ao diálogo com os credores. É muito importante que os credores compreendam que o plano do clube é viável e adequado à sua realidade financeira. O plano dos credores, infelizmente, não se baseia em premissas financeiras realistas", explicou.
A Assembleia Geral de Credores da Recuperação Judicial do Náutico, que estava marcada para esta quinta-feira (11), não foi realizada por falta de quórum. Assim, a segunda e última data para a Assembleia Geral será na próxima quinta-feira, a partir das 14h, de forma híbrida. Dessa vez, não há a necessidade de quórum mínimo para ser realizada.
"No dia da assembleia, o plano poderá será votado, mas também o Náutico e os credores podem decidir pela suspensão da assembleia para continuar as negociações até chegarem num denominador comum", concluiu.
O Náutico possui 781 credores divididos em três classes - trabalhistas, quirografários e micro e pequenas empresas -, que somados chegam ao valor total de aproximadamente R$ 153 milhões. A aprovação ou rejeição do plano apresentado pelo clube será efetuada por classe de credores.
Plano
Quando apresentou o plano de recuperação judicial, o Náutico estabeleceu que os credores trabalhistas serão pagos em até 12 meses, de 100% das verbas salariais, correspondentes a salários atrasados, saldos de salário, 13º salário, férias, adicionais de insalubridade e noturno, avisos prévios e auxílio alimentação; e de 10% das verbas referentes a direito de imagem ou de arena, horas extras, danos morais e premiações, limitadas a 150 salários-mínimos.
Para as classes de credores civis e comerciais, o clube propõe um deságio de 90% sobre o valor da dívida, carência de 18 meses para início do pagamento, repactuação da forma de atualização monetária e um plano de pagamento em 120 parcelas.
Alternativa
Contudo, como é previsto pela Lei de Recuperação Judicial (RJ), os credores podem apresentar um plano próprio, desde que o plano da recuperanda não seja submetido à votação dentro do prazo legal.
Dessa forma, cerca de 170 credores, entre eles Hélio e Guilherme dos Anjos, assinaram um Plano Alternativo de Recuperação Judicial.
À Folha de Pernambuco, a advogada dos treinadores, Manoella Molon, disse que o plano alternativo apresenta condições e prazos diferentes do que foi apresentado pelo clube, além da possibilidade de não ter deságio.
"Há possibilidade de pagamento sem deságio com carência para início do pagamento e parcelamento muito mais longo. Ou condição alternativa com deságio para os credores que optarem por um recebimento em menor prazo. Em ambos os casos o parcelamento é muito mais longo que o plano inicialmente apresentado", comentou a advogada.
Por meio de nota, Manoella disse que Hélio e Guilherme não gozam de privilégios em relação aos demais credores e tampouco negociaram a renovação a partir dos termos da RJ. Hélio tem crédito trabalhista de R$ 513.984,41, além de R$ 58.834,00 da empresa Anjos Gestão e Consultoria Esportiva Ltda.