Preços de medicamentos para hospitais caem 1,10% em novembro, aponta IPM-H
O resultado amplia o recuo de 0,56% observado em outubro e marca o sétimo mês consecutivo de retração do indicador
Os preços de medicamentos para hospitais recuaram, em média, 1,10% em novembro, de acordo com Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H). O índice é desenvolvido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com dados transacionais da Bionexo.
O resultado amplia o recuo de 0,56% observado em outubro e marca o sétimo mês consecutivo de retração do indicador.
Segundo o vice-presidente de Crescimento da Bionexo, Rodrigo Romero, o movimento de queda observado nos últimos meses reforça a importância de acompanhar o mercado com dados reais e de alta frequência.
"Para hospitais e fornecedores, isso significa mais previsibilidade, capacidade de negociação e eficiência na gestão dos recursos. O IPM-H cumpre esse papel ao traduzir tendências que muitas vezes não aparecem nos índices de inflação tradicionais, dando ao setor uma referência segura para planejar seus próximos passos", diz Romero.
Enquanto o IPM-H voltou a apresentar movimento de baixa, os principais índices de referência seguiram em sentidos distintos: o IPCA teve alta de 0,18%, e o IGP-M, aumento de 0,27%. A taxa de câmbio registrou ainda leve apreciação do real, com queda de 0,83% entre outubro e novembro.
De acordo com Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe, o recuo mais intenso de novembro, acima da média histórica para o período, pode refletir negociações mais competitivas entre hospitais e fornecedores e um câmbio mais favorável para itens importados.
"Ainda assim, o movimento não é homogêneo: enquanto grupos como imunoterápicos e medicamentos do aparelho geniturinário seguem com altas acumuladas, outros - como cardiovasculares, digestivos, musculoesqueléticos e do sistema nervoso - apresentam quedas expressivas, mostrando a diversidade de dinâmicas dentro da cesta hospitalar", afirma Oliva.
Individualmente, considerando o comportamento mensal dos preços dos grupos terapêuticos que compõem a cesta do IPM-H, as variações foram predominantemente negativas. Com o sétimo recuo mensal consecutivo, a variação acumulada pelo IPM-H no balanço parcial de 2025 passou ao terreno negativo com queda de 0,62%.
Comparativamente, avaliando-se o comportamento dos preços em uma janela móvel anualizada, o resultado recente contribuiu para aprofundar a trajetória negativa do IPM-H, que passou a registrar uma queda acumulada de 0,43% nos 12 meses encerrados em novembro.
Considerando o início da série histórica, com referência inicial em janeiro de 2015, o IPM-H registra uma alta nominal de 46%, repercutindo uma alta generalizada dos preços dos medicamentos para hospitais em quase 11 anos.