Coluna Movimento Econômico

Do lixo ao luxo: cascas de sururu são inovação na indústria cerâmica

Desenvolvido pelo IABS, projeto já reaproveitou mais de 500 toneladas de cascas de sururu e movimentou R$ 800 mil em comunidade de Maceió

Pescado na Laguna Mundaú, em Maceió, carne do sururu é vendida e cascas viram revestimentos de cerâmica - Foto: IABS

Um exemplo potente de como cultura, inovação e economia podem caminhar juntas vem de Alagoas. O sururu, patrimônio imaterial da cultura alagoana, está ajudando a transformar a realidade econômica de uma comunidade inteira no bairro do Vergel do Lago, em Maceió, como mostrou reportagem do Movimento Econômico.

Por meio do projeto Sururu: Conchas que Transformam, realizado desde 2017 pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), o que antes era resíduo virou renda. Em parceria com a indústria cerâmica Portobello, mais de 500 toneladas de conchas de sururu foram retiradas das ruas e reaproveitadas na produção industrial, gerando mais de R$ 800 mil em renda para a comunidade.

O impacto é direto na vida das marisqueiras, mulheres que tradicionalmente vivem do beneficiamento do molusco. As conchas, antes um problema ambiental e de saúde pública, passaram a ser vendidas ao projeto em troca de Sururotes, uma moeda social administrada pelo Banco Laguna, instituição comunitária do bairro, utilizada em mercados, mercearias, farmácias e outros estabelecimentos credenciados no Vergel.

As cascas viraram matéria-prima de linhas premium de revestimentos, como o Cobogó Mundaú, a linha Solar e, mais recentemente, a linha Fita, todas desenvolvidas com design brasileiro e distribuídas nacionalmente pela Portobello. O lucro retorna para novos projetos na própria comunidade, criando um ciclo virtuoso de desenvolvimento. Hoje, cerca de 85% das famílias envolvidas conseguiram aumentar a renda mensal.
É um caso que mostra, na prática, como economia criativa, sustentabilidade e inclusão produtiva podem gerar resultados concretos. Um exemplo de política pública, iniciativa privada e saber tradicional atuando juntos para transformar território, renda e dignidade.

Elgin
A movimentação logística em Pernambuco ganhou um reforço importante. A Elgin inaugurou, em Cabo de Santo Agostinho, o primeiro Centro de Distribuição da empresa no Nordeste, com investimento de R$ 15 milhões. A unidade fica no condomínio logístico Armazenna 5 e passa a operar integrada ao Porto de Suape, peça-chave na estratégia logística da companhia.

Transnordestina
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença de operação para a fase de testes da Ferrovia Transnordestina, liberando o transporte de cargas em caráter experimental no trecho entre o Piauí e o Ceará. Apesar do avanço, a primeira viagem ainda não tem data definida. A expectativa mais realista é que a operação inaugural fique para 2026.

Adepe 60 anos
A Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) completou 60 anos. Em 2025, por meio do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe), a Agência captou quase R$ 1 bilhão em novos projetos aprovados, com previsão de geração de mais de 2,2 mil empregos.

Microfinanças
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados aprovou, em 10 de dezembro de 2025, o parecer da deputada Julia Zanatta (PL-SC) ao Projeto de Lei 3190/2023, de autoria do senador Esperidião Amin (PP-SC). A proposta atualiza o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo e Orientado (PNMPO) e segue agora para sanção presidencial em rito conclusivo. O texto incorpora, pela primeira vez, o conceito de microfinanças à legislação brasileira, ampliando o acesso ao crédito para além dos microempreendedores e alcançando também necessidades sociais, como habitação, saneamento e energia solar.

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