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Flávio Bolsonaro diz que Tarcísio estava 'completamente desconfortável' enquanto aplaudia Moraes

Clima cordial adotado pelo governador virou munição para um segmento do bolsonarismo que prefere ver o senador como candidato a presidente em 2026

Flávio Bolsonaro avaliou o aplauso de Tarcísio de Freitas ao ministro Alexandre de Moraes como uma atitude "protocolar" - Ton Molina/AFP

O senador e pré-candidato do PL à presidência Flávio Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (15) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estava “claramente desconfortável” enquanto aplaudia o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes durante evento na semana passada.

A declaração ocorreu após o parlamentar ser questionado se apoiaria Tarcísio como adversário de Lula na corrida pelo Planalto no ano que vem.

— Eu acho o Tarcísio um cara fenomenal. Tinha uma parte dele aplaudindo o Moraes. Sinceramente, quando vejo a cara do Tarcísio, ele está completamente desconfortável. Não é um aplaudo de concordância. É meio protocolar. Eu não aplaudiria. Teria levantado e ido embora — disse Flávio em entrevista ao jornalista Léo Dias.

O aplauso ocorreu em um evento de lançamento do SBT News na sexta-feira (12). Em seu discurso, Tarcísio disse que é preciso “construir a convergência” e que o debate entre diferentes ideias deve ocorrer “na arena política”.

Clima cordial
Como mostrou o Globo, o clima cordial adotado pelo governador com o presidente Lula (PT) e Moraes virou munição para um segmento do bolsonarismo que prefere ver Flávio como candidato a presidente em 2026.

Durante o discurso de Moraes, Tarcísio apareceu na transmissão do canal aplaudindo timidamente uma fala sobre a retirada da Lei Magnitksy pelo governo americano de Donald Trump.

A sanção contra as autoridades brasileiras foi articulada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) como forma de tentar reverter a atuação da Corte, em especial do ministro relator do processo da trama golpista que levou à condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão.

— A verdade venceu hoje. O presidente se recorda que, em julho, quando o Supremo se reuniu para tratar dessas sanções contra o Judiciário brasileiro, eu pedi a ele que não ingressasse com nenhuma ação, que não tomasse nenhuma medida contra isso. Porque eu acreditava, como continuei acreditando, e hoje isso fica muito claro, que no momento que chegasse às autoridades norte-americanas, a verdade prevaleceria — afirmou Moraes.