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Lula diz que polarização atrapalha avaliação do governo

Presidente trata sobre cenário eleitoral em última reunião com ministros do ano

Lula no lançamento do SBT News, nesta sexta, em SP - Rogerio Pallatta/SBT

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, durante a última reunião ministerial do ano, que a polarização política atrapalha a avaliação do governo. Em fala inicial, o petista tratou da saída de auxiliares que vão disputar a eleição e cobrou entregas do governo para o início de 2026.

— Conseguimos terminar o ano em uma situação amplamente favorável, embora isso não apareça com a força que deveria aparecer nas pesquisas de opinião pública, porque existe uma polarização política no país: é como se fosse Corinthians e Palmeiras, Ceará e Fortaleza, Grêmio e Internacional, Atlético Mineiro e Cruzeiro, Flamengo e Vasco. Tem uma rivalidade em que ninguém muda de posição a não ser em momentos extremos.

Lula acrescentou que quase todas as políticas sociais do governo já foram anunciadas. Segundo ele, "pode faltar uma ou outra" para serem lançadas em 2026.

— Eu tenho impressão que nós ainda não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo saiba fazer uma avaliação das coisas que aconteceram nesse país — disse Lula: — O dado concreto é que o ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Temos mostrar quem é quem neste país

Como informou O Globo, Lula já havia indicado que faria cobranças relacionadas ao período eleitoral. Na abertura da reunião, o presidente falou aos auxiliares que sairão candidatos:

— É sempre assim, quando você tira um ministro ele chora: 'por que eu?' Mas quando você não quer tirar, que ele quer sair, ele encontra todos os argumentos necessários para sair e joga a responsabilidade em cima do povo: 'O povo quer que eu saia, a base está fazendo pressão, o meu estado está exigindo'. Então, eu reconheço isso e vou ficar muito feliz que aqueles que tiverem que se afastar se afastem e por favor ganhem o cargo que for disputar. Não percam.

Haverá uma troca em cerca de metade dos ministérios até abril, prazo máximo de desincompatibilização de políticos que irão concorrer a cargos eletivos.

A diretriz já definida no Planalto é que a maior parte dos substitutos sejam os atuais secretários-executivos.

Sairão ministros de pastas como Casa Civil (Rui Costa), Fazenda (Fernando Haddad), Cidades (Jader Filho), Transportes (Renan Filho), Integração Nacional (Waldez Góes) e Previdência Social (Wolney Queiroz).

O presidente ainda deve enfatizar aos seus auxiliares a orientação para que os três primeiros meses de 2026, antes das desincompatibilizações, sejam dedicados especialmente a entregas da gestão petista em todas as regiões do Brasil.

Ao nomear os atuais números 2 de cada ministério, Lula quer evitar que haja uma quebra no trabalho das pastas que poderia prejudicar o andamento de projetos e entrega de obras. 

O encontro ocorre na Granja do Torto, em Brasília, seguido de um almoço de confraternização. Lula falará na abertura da reunião. Também estão previstos discursos do vice-presidente, Geraldo Alckmin, do ministro da Casa Civil, Rui Costa e da Fazenda, Fernando Haddad.