Diversão

Fotografias mostram Frida Kahlo e Diego Rivera na intimidade

Exposição 'Frida e Diego: um sorriso no final do caminho' estreia nesta quinta-feira (19), no Museu do Estado de Pernambuco

Diego Rivera e Frida Kahlo - Divulgação

Não se pode dizer que Frida Kahlo e Diego Rivera era um casal como outro qualquer. Excentricidade, quebra de paradigmas estéticos e de comportamento - inclusive sexual - e uma vida social intensa sempre rondaram a vida dos dois grandes artistas. Mas como todo casal, eles eternizaram momentos pessoais em fotografias íntimas. Juntos ou separados, foram clicados por parentes e amigos ao longo dos anos em que partilharam uma vida em comum. 

Esse acervo foi compilado pela Secretaria de Cultura do México, Instituto Nacional de Bellas Artes e Museo Casa Estúdio Diego Rivera e Frida Kahlo, e chegou a Pernambuco através de parceria entre o Consulado do México no Rio de Janeiro e o Governo do Pernambuco. Pela primeira vez, o público brasileiro terá oportunidade de visualizá-lo na exposição "Frida e Diego: um sorriso no final do caminho", que estreia nesta quinta-feira (19), no Museu do Estado de Pernambuco, nas Graças, com curadoria do coordenador de Artes Visuais da Fundarpe, Márcio Almeida.

As 96 fotografias em preto e branco foram impressas em formato 20x30. Por isso, a ideia é que o espectador se aproxime delas, veja de perto os detalhes das cenas capturadas. "Minha ideia é que parecessem retratos de um álbum de família, em que é possível observar detalhes como as roupas de Frida, as diversas fases da vida deles, os funerais de ambos, encontros com amigos, fotos posando lado a lado...", explica Márcio.

Entre os cliques, ele destaca os mais emblemáticos, como o que Frida aparece deitada pintando seu colete de gesso com o símbolo da bandeira soviética, e Rivera ao seu lado. Em outro retrato, lá está a artista, resistente e incansável, dando suas geniais pinceladas sobre um cavalete adaptado à sua condição física - por muito tempo acamada.

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Apesar de a infidelidade conjugal ser algo corriqueiro para ambos - ainda que sob protestos de um Rivera machista - os dois se davam bem nos tempos de calmaria e Frida já chegou a ajudar o companheiro de 25 anos, a produzir seus famosos murais, como mostra uma das fotos da exposição. "Para Recife, Diego Rivera possui um papel importante, pois influenciou a criação das brigadas das campanhas políticas com murais coletivos, como as Brigadas Gregório Bezerra e Portinari", sugere Almeida.

 

Diego Rivera e Frida Kahlo - Crédito: Divulgação

Já Frida, de personalidade forte, feminista, bissexual, libertária, ficou conhecida por seus eloquentes autorretratos. "Tentaram dizer que seu estilo era surrealista. Mas ela dizia que era sua vida real", revela o curador. De fato, para além da pintura, Frida fazia de seu mundo real algo diferente do comum. Fazia questão de se vestir como as roupas indígenas mexicanas. Usava flores nos cabelos, exibia uma monocelha que fugia completamente aos padrões estéticos vigentes até os dias de hoje. Possuía atitudes e beleza bem distantes do convencional, de propósito, por ativismo. "Ambos tinham essa relação de pertencimento quanto ao México. Em casa, esculturas mexicanas típicas decoram o ambiente". 

Outra fotografia traz Rivera ao lado do grande teórico do surrealismo, André Breton, e do revolucionário bolchevique Leon Trótski, com quem Frida teve um affair. "Essas fotos mostram como eles mantinham contatos com esferas culturais e políticas", constata Márcio. Na única fotografia colorida da mostra, um beijo apaixonado do casal que só se separou com a morte de Frida, em 1954. Diego morreu três anos depois, em 1957.

Serviço:
Exposição Frida e Diego: um sorriso no final do caminho
Abertura nesta quinta-feira (19), às 19h
No Museu do Estado de Pernambuco (Avenida Rui Barbosa, 960, Graças)
Visitação: Até 19 de novembro, de terça a sexta-feira, das 10h às 17h; sábado e domingo, das 14h às 17h
Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)