Imip finaliza 2025 com mais de 3 milhões de atendimentos
Instituição encerra ano marcado por desafios, inovação e assistência em larga escala e projeta 2026 com foco em tecnologia, obras estruturantes e ampliação do acesso
O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) encerra 2025 com um marco expressivo: mais de 3 milhões de atendimentos realizados ao longo do ano. O número sintetiza um período de intenso trabalho, desafios, ampliação da assistência e fortalecimento do papel da instituição como referência em saúde, ensino, pesquisa e inovação no Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao fazer o balanço do ano, a superintendente-geral do Imip, Tereza Campos, define 2025 como um período exigente, mas também provocador. “Foi um ano extremamente desafiador, como sempre é para a instituição”, disse ela, destacando o contexto de subfinanciamento crônico do SUS, que obriga o hospital a buscar permanentemente a sustentabilidade sem abrir mão do atendimento.
Ela ressaltou que os desafios estimulam a instituição a encontrar novos atalhos. “Instigam a inovar e a buscar caminhos para continuar acolhendo as pessoas, formando profissionais e produzindo conhecimento”.
Os mais de 3 milhões de atendimentos representam atendimentos realizados, e não necessariamente pessoas diferentes, já que muitos pacientes passam por mais de um serviço ao longo do tratamento.
O volume inclui, entre outros números, centenas de partos por mês, mais de 350 transplantes ao ano e cerca de 130 mil atendimentos nas três emergências do hospital.
Em um espaço com 69 mil metros quadrados de área construída, o Imip recebe diariamente um fluxo intenso de pessoas, em algumas segundas-feiras, chegam a circular mais de 21 mil usuários.
Hospital 100% SUS, o Imip depende majoritariamente de recursos públicos e de emendas parlamentares, além do apoio da sociedade.
Nesse ponto, a superintendente ressaltou que a confiança da população amplia a responsabilidade institucional. "Essa confiança precisa ser devolvida em forma de serviço e de bons serviços”, afirmou.
Por isso, o foco não está apenas na quantidade, mas na qualidade do atendimento, com ênfase na humanização. Como costuma resumir, o paciente não procura apenas consultas ou exames, mas “uma escuta e a redução da aflição que ele vive”.
Cuidado integral
Esse cuidado integral se reflete na própria história do Imip, que começou como hospital pediátrico, evoluiu para materno-infantil e hoje é um hospital geral, com mais de 49 especialidades médicas e não médicas.
Para a presidente do Imip, Silvia Rissin, que acompanha a trajetória da instituição há décadas, esse crescimento é motivo de orgulho. Ela lembra que, aos 65 anos de existência, o Imip consolidou-se como uma referência que “faz medicina integral” e atua como complemento essencial à rede pública e privada, por ser um hospital filantrópico que não visa lucro, mas excelência na assistência.
"Nesses 65 anos, a gente tem a oportunidade de ver o crescimento do Imip, que é uma instituição que nasceu só para atender crianças e hoje fazemos a medicina integral. Então, a gente vivencia isso no nosso dia a dia, o crescimento pessoal”, afirmou.
“Somos uma escola de recursos humanos para a saúde e uma escola de vida. Esperamos que o Imip continue por muitos e muitos anos, porque ele é fundamental para a população uma vez que complementa a rede pública e a rede particular”, completou.
Instituição formadora
Além da assistência, 2025 também reforçou o papel do Imip como instituição formadora. Circulam diariamente cerca de 3 mil alunos, incluindo mais de 600 residentes.
De acordo com Tereza Campos, esse número supera, sozinho, o de muitos estados do Nordeste. Ao longo do ano, a instituição somou mais de 60 pesquisas em andamento ou concluídas e desenvolveu mais de 50 projetos inovadores.
Para ela, a marca do Imip está justamente em assistir o paciente “sempre com a ciência e a pesquisa caminhando junto”.
"A gente reforça muito que não vamos abrir mão da ciência. Precisamos assistir o paciente com aluno, junto com profissional formado, e isso dá uma diferença muito grande para uma instituição que busca perenidade institucional".
Silvia Rissin destaca que essa vocação educacional faz do Imip uma verdadeira escola de recursos humanos e de vida. Ela lembra que o fundador, professor Fernando Figueira, sempre defendeu a formação ampla e permanente dos profissionais, mesmo sabendo que muitos seguem para o mercado.
Na visão da presidente, esse era exatamente o objetivo: garantir que o sistema de saúde fosse abastecido por profissionais com “formação imipiana”, reconhecida nacional e internacionalmente.
Hoje, o hospital mantém intercâmbios, recebe profissionais de outros países e envia seus quadros para capacitação no exterior.
Investimentos na infraestrutura
Internamente, 2025 também foi marcado por investimentos na infraestrutura e no cuidado com quem trabalha no hospital. A instituição passou neste ano por reformas em setores estratégicos, como pediatria, enfermarias, faturamento, arquivo médico e o lactário, considerado um modelo de excelência nacional.
Ao mesmo tempo, houve atenção especial aos colaboradores, com a criação de um centro de convivência e parcerias para facilitar o acesso a cuidados de saúde física e mental.
Segundo Tereza Campos, a lógica é clara: “Cuidar do cuidador para que ele possa cuidar melhor de quem chega aqui”.
Na assistência direta à população, o ano também trouxe conquistas concretas, como a redução de filas.
O hospital zerou a fila do implante coclear e a fila represada de mamografias, além de participar de mutirões de cirurgias eletivas.
Em um único fim de semana, foram realizadas 207 cirurgias, colocando o Imip entre os quatro hospitais que mais operaram no país nesse formato.
Próximos passos
O olhar para 2026 é de continuidade e expansão. A instituição planeja novas obras estruturantes, com foco especial na pediatria e na obstetrícia, além do fortalecimento de áreas estratégicas como oncologia, transplantes e cardiologia.
Único Centro de Atenção Oncológica (Cacon) de Pernambuco, o Imip pretende seguir como referência estadual em um cenário de envelhecimento da população e aumento dos casos de câncer.
Outro eixo central será a tecnologia. A gestão pretende ampliar a telemedicina, levando atendimento especializado a pessoas que vivem em áreas remotas, evitando deslocamentos longos e desgastantes.
Além disso, o Imip foi escolhido entre 14 hospitais do país para integrar o projeto de UTIs inteligentes, conectadas em rede para troca de conhecimento e qualificação da assistência.
Há ainda planos para renovação do parque tecnológico, com aquisição de novos tomógrafos, ressonâncias e uma nova máquina de radioterapia, todos viabilizados por programas do Ministério da Saúde.
Liderança
Na área de gestão, 2025 também deixou um legado: todos os diretores passaram por formação em liderança, reforçando a governança como parte do projeto de perenidade institucional.
Para a presidente, Silvia Rissin, o dever contínuo da instituição é seguir cuidando dos Pernambucanos.
“O hospital é patrimônio do povo de Pernambuco. Por não ter dono, carrega uma responsabilidade coletiva. Cuidar do Imip é uma forma de garantir que ele continue cuidando das pessoas, hoje e no futuro. Com mais trabalho pela frente, 2026 vem como um ano promissor, mas igualmente desafiador, em uma instituição que segue comprometida em fazer mais, e fazer melhor, para quem mais precisa”, destaca.