PRORROGADO

Após protestos, Peru estende prazo para formalizar mineração artesanal

Prazo foi prorrogado até 31 de dezembro de 2026

Nota, do presidente peruano José Jerí, prorroga prazo para inscrição de mineradores - Canva

O governo do Peru ampliou, nesta sexta-feira (26), por um ano o prazo para a formalização de milhares de mineradores artesanais, após ceder aos protestos do setor, segundo uma lei publicada no diário oficial.

A norma, promulgada pelo presidente interino José Jerí, "prorroga até 31 de dezembro de 2026 o prazo para que os mineradores se inscrevam no Registro Integral de Formalização da Mineração (Reinfo)".

O Congresso, controlado por partidos de direita, havia aprovado no último dia 17 o novo prazo em meio à pressão de milhares de mineradores que cercaram em novembro e dezembro o prédio do Legislativo, exigindo a prorrogação da inscrição, que vencia no fim deste ano.

Como parte da lei, as autoridades anunciaram um censo de mineradores artesanais no segundo semestre de 2026.

 

A lei foi promulgada a menos de quatro meses das eleições gerais de 12 de abril, nas quais vários candidatos prometem medidas favoráveis à mineração artesanal.

No Peru - segundo maior produtor latino-americano de ouro e terceiro maior fornecedor mundial de cobre - coexistem três modalidades de mineração: a formal, regulada por lei; a informal, em processo de legalização; e a ilegal, que afeta o meio ambiente e financia o crime organizado.

Pelo menos cerca de 300 mil pessoas vivem da mineração não formal no Peru, segundo estimativas do Ministério Público ambiental.

O Reinfo foi criado em 2016 para combater a mineração ilegal, mas na prática não funcionou, já que apenas uma minoria dos trabalhadores do setor se inscreveu.

Os chamados informais alegam que o Estado estabeleceu normas impossíveis de cumprir para os pequenos produtores e que favorecem as grandes empresas.

A Sociedade Nacional de Mineração e Petróleo, que reúne as maiores mineradoras do país, se opôs à ampliação do prazo.