Angela Merkel enfrenta crise política sem precedentes na Alemanha
Desde a fundação da República Federal da Alemanha, em 1949, este cenário jamais aconteceu: o país não tem uma maioria para ser governado
Angela Merkel deve buscar nesta segunda-feira (20) uma saída para a crise na Alemanha, depois de não conseguir formar um governo, um terremoto político que pode levar à realização de novas eleições legislativas e ao fim de seu mandato de chanceler.
Desde a fundação da República Federal da Alemanha, em 1949, este cenário jamais aconteceu: o país não tem uma maioria para ser governado. Nesta madrugada, depois de um mês de procrastinação e negociações, os conservadores de Merkel (CDU-CSU), os liberais (FDP) e os ambientalistas não conseguiram formar um governo de coalizão.
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Na ausência de uma alternativa, a maior potência econômica europeia se prepara para semanas ou meses de paralisia, tanto a nível nacional quanto europeu. De fato, no atual estado, eleições antecipadas parecem ser a solução mais provável, uma vez que Merkel excluiu um governo minoritário e seus antigos aliados social-democratas (SPD) recusaram qualquer coalizão sob o comando da chanceler.
Os alemães podem ter que retornar às urnas no início de 2018, quando acabaram de eleger no final de setembro seus deputados.
Angela Merkel afirmou que deseja encontrar nesta segunda-feira o presidente Frank-Walter Steinmeier, que desempenha um papel institucional fundamental na implementação do complexo processo de dissolução parlamentar. Ele insinuou que tomaria seu tempo para decidir.
A chanceler também cancelou uma coletiva de imprensa prevista para o início da tarde com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, que acaba de constituir uma maioria após 220 dias de negociações.
Merkel "lamentou" o fracasso das negociações e prometeu que fará "tudo o que foi possível" para que a Alemanha "esteja bem dirigida durante as difíceis próximas semanas".