Exposição reúne obras dos mestres das artes visuais

Mostra coletiva inicia nesta quinta-feira (30) no Espaço Brennand, em Boa Viagem

Coletiva de fim de ano no Espaço Brennand - Mandy Oliver /Folha de Pernambuco

Uma boa oportunidade de conferir trabalhos inéditos de grandes nomes das artes visuais pernambucanas: Reynaldo Fonseca, Roberto Ploeg, João Câmara, Rinaldo Silva, Antonio Mendes, José Cláudio, Gil Vicente e Francisco Brennand. Juntos em uma coletiva de fim de ano que já virou tradição no Recife. "Não há um título oficial, mas podemos chamar de 'Coletiva dos Mestres'", avisa Pedro Frederico, curador do Espaço Brennand, em Boa Viagem, onde estreia nesta quinta-feira (30) a mostra, a partir das 19h.

O pequeno espaço se tornou grandioso com a harmonia das telas selecionadas e o gigantismo de cada um dos trabalhos. Caso de João Câmara, que exibe uma fase especial da pintura, fazendo uso de uma nova técnica, em que sobrepõe pinceladas tão suas a imagens digitalizadas garimpadas de computador, gerando um efeito semelhante a uma colagem. Nessa proposta hiper-realista, o artista mistura o clássico ao contemporâneo.

O público poderá conferir essa nova fase de Câmara em três telas: "Tiergarten", "A casa de Edith Wharthon", em que mulheres ocidentais e orientais do começo do século passado convivem em um ambiente decorado no estilo clássico, e "Delft", onde uma janela se abre para uma cidade de Amsterdam (capital holandesa). As bordas da fenda se assemelham à moldura, que enquadra outra paisagem, seguida de uma terceira.

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Já o também realista holandês radicado em Olinda Roberto Ploeg se esmerou nas cores luminosas da natureza morta com um abacate aberto sobre um fundo azul tão belo quanto suculento.

Da janela do sítio onde mora, o artista recriou a paisagem verdejante com cajueiros, palhas de coqueiro, entre outras folhagens. Uma menina deitada com as inconfundíveis luzes e sombras de Ploeg - cheias de emoção, quase fotográficas. O quadro se chama "Na mira da menina". Outro retrato, "Mulher embrulhada", Pedro Frederico classifica de "ideia insólita", pois a personagem em questão está envolvida por um plástico-bolha. Mesmo tom realista aparece na obra em que as galinhas parecem que vão saltar da parede e bicar o chão a qualquer momento.

Antonio Mendes também é adepto das naturezas mortas frutíferas, e reproduziu carnudas mangas vermelho-alaranjadas. Em outros momentos, o abstracionismo sem linhas definidas. José Cláudio, por sua vez, sempre consegue ver Olinda de algum ângulo diferente. Seja olhando o seu casario, seja o céu azul por sobre o verde dos altos coqueiros. Em Reynaldo Fonseca, crianças e animais de grandes olhos sobre fundo envelhecido sempre intrigantes e com um quê de surrealismo.

O mestre Francisco Brennand nos presenteia com sobreposições de acrílico sobre papel cuja textura faz lembrar técnicas contemporâneas e digitalizadas. Talvez efeito do tempo; da tinta penetrando no suporte. Gil Vicente vem com duas telas bastante coloridas, com fundos geométricos sob rostos sutilmente riscados de preto, numa pegada bem pop art.

Serviço:
"Coletiva dos Mestres"
Nesta quinta-feira (30), às 19h
No Espaço Brennand (Avenida Domingos Ferreira, 1274, Boa Viagem)
Informações: (81) 3325-0025