Amigos e admiradores lamentam a morte do escritor Carlos Heitor Cony
Cony faleceu aos 91 anos, nesta sexta-feira (5), no Rio de Janeiro
Muitos amigos lamentaram a morte do romancista, escritor, jornalista e colunista da Folha de S.Paulo, Carlos Heitor Cony, que faleceu por volta das 23h desta sexta-feira (5) aos 91 anos, no Rio de Janeiro. Cony, que também era ocupante da cadeira número 3 da Academia Brasileira de Letras (ABL) era muito querido e respeitado no mundo das letras. Deixa um grande legado e muitas obras premiadas, entre elas, três vencedoras do Prêmio Jabuti. Confira alguns nomes que deixaram declarações emocionadas sobre Cony:
Antônio Campos, político:
"Faleceu o grande cronista e escritor Carlos Heitor Cony. Tive a oportunidade de trazê-lo para Pernambuco para fazer uma palestra sobre a obra de Maximiano Campos. Grande perda para a literatura, a ABL perde nome de vulto."
Marco Lucchesi, presidente da ABL:
"O Cony era um continente. E ali havia uma geografia intensa, variada, mutante. Ele foi um dos homens mais livres que eu já conheci em toda a minha vida, de vastíssima cultura. Mas isso não o desligou de suas raízes brasileira e carioca. Era profundamente cosmopolita. No bom sentido, ele estava sempre na contra-corrente do processo, pensando de forma generosa e ousada. Nunca se deixava capturar ou aprisionar. Era um espírito poeticamente rebelde"
Marcelo Rubens Paiva, escritor:
"Arrivedderci, Cony. Muito bom ter te lido, te conhecido, papeado longamente. Nosso ultimo encontro ano passado foi tao frutifero, que te fiz personagem do roteiro que escrevi. Vc eh eterno como Pompeia."
Juca Kfouri, jornalista:
"Me aproximei dele na Copa do Mundo da França. Eu tive com ele pelo menos duas passagens marcantes. Fomos jantar em um restaurante finíssimo, e eu pedi um filé, mas eles pediram iguarias. E a conta foi fora de qualquer propósito, mas evidentemente foi dividida. Dois dias depois, leio na coluna dele que eu paguei o filé mais caro da minha vida. Essa era a veia humorística dele, a capacide de transformar algo do cotidiano em crônica."
Artur Xexéo, jornalista e escritor:
"Durante 15 anos seguidos, a primeira pessoa para quem eu dava bom dia era o Cony. As pessoas confundiam as nossas vozes e eu ficava hornado. Ele era muito mais inteligente e culto que eu. [...] Durante 15 anos tive uma aula diária com ele. [...] Ele não queria que a morte dele fosse divulgada, não queria homenagens. Mas é impossível não homenagear Cony não só pelo jornalista que foi, mas principalmente pela figura humana. Era um grande camarada, um grande companheiro."
Fabrício Carpinejar, escritor:
“Amanhã farei grandes coisas”, é assim que o jornalista Ernesto pai se despedia do seu filho Carlos Heitor Cony, na hora de dormir. Você fez grandes coisas, escritor Cony, fez grandes romances, assim você se despede da gente, com a esperança bem vivida."