Eu Acho é Pouco reforça luta contra o preconceito e ganha flabelo

Bloco olindense terá novo estandarte, camisas sem amarras de gênero e Medusa como referência à luta das mulheres contra estupro e feminicídios

Camisa do Eu Acho É Pouco: Medusa e sem amarras de gênero - Reprodução/Instagram

A luta contra o preconceito dá o tom ao tradicional bloco olindense Eu Acho é Pouco em 2018. As iniciativas vão da frase estampada na camisa - “Preconceito é uma arma que mata. Desarme-se” - à imagem mitológica usada como símbolo, Medusa, uma referência à culpabilização das mulheres violentadas, uma vez que ela foi estuprada por Poseidon e punida por Atena, passando pela modelagem das camisetas, que agora não tem mais amarras de gênero. A frase da camisa é uma criação do publicitário Fernando Lima e traduz a filosofia de um bloco que há 41 anos sai em defesa da democracia e da liberdade de ser e amar quem quiser.

O Eu Acho é Pouco também inova passando a desfilar com um flabelo, uma figura da cabeça da Medusa com cabelos de tecido que podem ser carregados pelo público, facilitando a distinção do bloco em meio à multidão. A agremiação também terá um novo estandarte, criado em parceria pela designer Luciana Calheiros, filha dos fundadores do bloco, o arquiteto Eduardo Lira e a estilista Andrea Tom. A nova imagem se inspira nas raízes africanas da capoeira e do frevo a partir de pesquisa iconográfica feita por Eduardo. A costura de todas as novidades ficará, literalmente, a cargo de Andrea Tom, que fará o bordado à mão em cima da impressão.

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Neste ano, o Eu Acho é Pouco vai homenagear o centenário do maestro Lourival Oliveira, famoso pelos frevos que compôs em homenagem aos cangaceiros do bando de Virgulino Ferreira dos Santos, o Lampião. Nascido em Patos, na Paraíba, em 1918, e falecido em junho de 2000 no Recife, Lourival foi clarinetista e compositor. Durante onze anos, integrou a Orquestra da Rádio Clube de Pernambuco, dirigida por Nelson Ferreira.

Prévias
A tradicional prévia do Eu Acho é Pouco será realizada no sábado (20), a partir das 16h, no Catamaran, localizado na Av. Sul, s/n, Cais das Cinco Pontas, bairro de São José, região central do Recife. Se apresentam o projeto Frevália, de Romero Ferro, o cantor Almério, que canta com a Orquestra do bloco, liderada pelo Maestro Risonaldo, a Batucada do Eu Acho é Pouco, que há mais de trinta anos acompanha o desfile pelas ladeiras do Sítio Histórico, e os DJs Lala K e Pepe Jordão. As entradas serão comercializadas a partir das das 10h da terça-feira (9), única e exclusivamente pelo site Sympla, ao preço de R$ 100 e R$ 50 (meia-entrada).

Já o ensaio aberto do Eu Acho é Pouco acontece no dia 28 de janeiro, com concentração em frente à praça Laura Nigro, próxima ao Mercado da Ribeira. O bloco sai pelas ruas de Olinda com orquestra, batucada, dragão e o novo estandarte.

Dragão do Eu Acho é Pouco - Foto: Reprodução/Facebook

Camisas
Em modelos sem distinção de gênero, as camisas vêm em versão com manga, sem manga, quadrada e regata justa. A arte é do designer e pintor David Alfonso que concebeu a versão contemporânea de Medusa. As camisas poderão ser encontradas na Trocando em Miúdos, no Parnamirim, Zona Norte do Recife, bem como em outros estabelecimentos parceiros do Eu Acho é Pouco, são eles: as lojas Avesso, a loja Lupo do Shopping RioMar, Estação 4 Cantos, em Olinda e Tuba Design Store, no Paço do Frevo. Os tamanhos adultos custam R$ 40 e as infantis R$ 30. A venda é feita em dinheiro e no cartão de débito. A frase tema do bloco também aparece em cartazes à venda nos tamanhos A2 (R$ 60) e A3 (R$ 50).

Além de nortear a concepção das camisas, a frase-tema do bloco para 2018 poderá ser emoldurada. Cartazes com a figura da Medusa e a mensagem de luta contra o preconceito estarão disponíveis para compra em lojas parceiras do bloco, nos tamanhos A2 (R$ 60) e A3 (R$ 50).