Christiana Cruz ensina como identificar traços de TDAH nas crianças
Hoje, os diagnósticos estão sendo feitos mais precocemente a partir dos 04 anos e existe o cuidado de não se confundir a sintomatologia com comportamentos típicos do desenvolvimento ou sob influência de questões educacionais
Christiana Figueiredo Cruz, diretora Pedagógica do Colégio Madre de Deus, é a convidada desta quarta-feira (27) da coluna Sucesso, uma parceria do Portal FolhaPE com o Sucesso.site, de Felipe, Eduarda e Camila Haeckel.
O TDAH, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, é um transtorno multifatorial de origem neurobiológica e ambiental e é o distúrbio neurológico do comportamento mais comum nas crianças. Caracteriza-se por um padrão persistente de desatenção, hiperatividade, impulsividade que causa prejuízos no âmbito familiar, escolar e social.
Segundo o DSM –V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), esse distúrbio comportamental se apresenta em três formas:
Com predomínio da hiperatividade;
Com predomínio da desatenção;
E combinado, agregando a hiperatividade e a desatenção.
Abaixo, temos alguns critérios para o diagnóstico de crianças e adolescentes que apresentam 06 ou mais sintomas listados pelo DSM-V.
Falta de atenção;
Parecer não ouvir o que se diz;
Dificuldade de seguir instruções;
Dificuldade em manter a atenção por muito tempo;
Perder e esquecer as coisas;
Dificuldade em se organizar;
Comportamento sempre agitado;
Não conseguir ficar sentado por muito tempo;
Correr em demasia;
Dificuldade de se envolver em brincadeiras prolongadas;
Dificuldade de manejar o próprio corpo.
As crianças são descritas como inquietas, agitadas, desatentas, parecendo estar no mundo da lua. Os relacionamentos são prejudicados, pois tornam-se impacientes, impulsivas e sem manejo social.
A vida escolar delas também é afetada pela falta de atenção e regulação no comportamento, pois apresentam dificuldade em concluir as tarefas, perdem os materiais, esquecem e se desorganizam facilmente.
Um dos fatores mais evidentes é a falta de controle inibitório do comportamento, que se reflete na inabilidade de controle do corpo, do comportamento e das relações.
O transtorno se manifesta desde a infância. Hoje, os diagnósticos estão sendo feitos mais precocemente a partir dos 04 anos e existe o cuidado de não se confundir a sintomatologia com comportamentos típicos do desenvolvimento ou sob influência de questões educacionais.
Uma educação com limites claros, organização e disciplina pode minimizar os sintomas. A intensidade dos sintomas tem relação direta com as experiências pessoais e o estilo de vida. Se um portador de TDAH conseguir criar rotinas e desenvolver hábitos, isso o irá ajudar na intensidade de sintomas.
Porém, é fundamental o diagnóstico e o acompanhamento de um profissional NEUROPEDIATRA, além disso, o acompanhamento de uma equipe multiprofissional.
Dentro do espaço escolar, o olhar e o trabalho precisa ser individualizado. Algumas vezes o currículo precisa ser adaptado às necessidades específicas e a escola precisa ter também atenção especial para as questões comportamentais e relacionais.
Seguem mais algumas sugestões da literatura que podem contribuir para o conhecimento sobre o TDAH:
Christiana Figueiredo Cruz é Diretora Pedagógica do Colégio Madre de Deus. Graduada em Pedagogia (UFPE) e pós-graduada em Psicopedagogia (UNICAP) e em Modificabilidade Cognitiva Estrutural (PEI). Mestranda pela Universidade Fernando Pessoa (Portugal) em Docência e Gestão.
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