BC pede juros menores para quem compra com cartão de crédito
“Houve uma redução significativa dos juros do rotativo. Mas ainda consideramos esta taxa muito elevada”, pontuou Isaac Ferreira
Atento à popularização do plástico, o Banco Central também tem pedido juros menores nos cartões de crédito. Por isso, estuda, junto à Abecs, a criação de uma nova modalidade de uso do cartão, que se assemelha a um crediário. Afinal, apesar de ter caído consideravelmente desde que assumiu novas regras, o rotativo ainda tem taxas mensais que superam os 10%.
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“Houve uma redução significativa dos juros do rotativo. Mas ainda consideramos esta taxa muito elevada”, pontuou Isaac Ferreira, durante o CMEP. Ele explicou que, quando o uso do rotativo passou a ser limitado em um mês, em abril do ano passado, essa taxa era de 431% ao ano ou 14,9% ao mês. Em janeiro deste ano, os juros foram de 241% ao ano ou 10,8% ao mês.
“Concordamos que, apesar de terem caído de maneira importante, as taxas precisam cair mais. Mas vamos precisar crescer a massa de clientes do cartão de crédito para isso, porque, hoje, o acionista não garante a sua remuneração com uma taxa menor”, alegou Fernando Chacon. O presidente da Abecs frisou aindaque a mudança no rotativo tem surtido efeito, tanto que a modalidade só está sendo usada por 5% dos usuários do cartão e a inadimplência do setor caiu 6% em 2017, acima da média do mercado, de 5,2%.
Chacon concluiu, então, que taxas mais competitivas serão oferecidas quando os cartões passarem a oferecer novos produtos. Ele prometeu, inclusive, que a modalidade que tem sido chamada de crediário, por oferecer a possibilidade de parcelamentos longos com juros baixos, deve entrar em vigor já no próximo ano.